Trabalhadores da Sanepar ameaçam entrar em greve

Trabalhadores da área operacional da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) responsáveis pelo tratamento de água e esgoto podem cruzar os braços a partir da próxima segunda-feira em Curitiba e Região Metropolitana. Eles aguardam hoje um posicionamento da diretoria da empresa sobre as reivindicações feitas pela categoria para que a decisão possa ser revertida.

As três exigências dos trabalhadores (que abrange 160 pessoas na capital e região) são a implantação de um adicional de turno de 20% (a cada semana os funcionários trabalham em turnos diferentes), indenização pela supressão das horas extras e a disponibilidade de deslocamento da residência do funcionário até o posto de trabalho no período da meia-noite às 6h.

“A Sanepar vinha pagando táxi para quem trabalhava à noite, mas cortou isso depois de setembro do ano passado. Desde então, o pessoal aguarda uma solução”, comenta o presidente do Sindicado dos Trabalhadores em Saneamento (Saemac), Gerti Nunes.

De acordo com o sindicato, proposta apresentada pela Sanepar e rejeitada pela categoria contempla apenas uma das reivindicações, que é a do transporte. A empresa propôs pagar R$ 0,51 por quilômetro rodado. Segundo os líderes sindicais da categoria, isso só favorece quem tem carro e os demais ficariam sem opção para ir ao trabalho.

Como forma de pressão, parte dos trabalhadores passou o dia de ontem em frente à sede da Sanepar em Curitiba, no bairro Rebouças. Se a greve acontecer, apenas 30% do efetivo pode comparecer ao trabalho, o que segundo o presidente do Sindicato dos Químicos de Curitiba (Siquim), Elton Marafigo, corre o risco de comprometer o serviço prestado à população.

“Tememos que os profissionais sofram com a sobrecarga de trabalho e que a população fique sem água. Não é isso que queremos. Já tentamos negociar de várias formas com a Sanepar, mas está difícil a empresa encaminhar uma solução para o problema”, critica.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Sanepar informou que tranquiliza a população e que, caso a greve seja deflagrada, os processos de tratamento de água e esgoto não serão paralisados.