Trabalhadores da Araupel e moradores de Quedas do Iguaçu, Centro-Sul do Paraná, vieram para Curitiba, na manhã desta segunda-feira (23), protestar contra acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra em áreas sob disputa das duas partes. Em resposta ao protesto da capital, o MST também está ocupando a entrada da madeireira na manha de hoje. Informações extraoficiais dão conta de que mais de mil pessoas estão em frente ao Palácio Iguaçu para cobrar uma ação do governador Beto Richa sobre o assunto.
Os manifestantes pró-Araupel pretendem mostrar ao governo do Paraná a situação da empresa e, segundo eles, o risco de a cidade perder mais de mil empregos diretos com o avanço das ocupações de terra em sua área de reflorestamento. A concentração provoca bloqueios no trânsito da região. De acordo com a Secretaria municipal de Trânsito, o fluxo de quem vem sentido ao centro pela Rua Marechal Hermes está sendo desviado pela Rua Deputado Mário de Barros. Como o trânsito está congestionado na Rua Mateus Leme, a alternativa para chegar ao centro pode ser a Rua Nilo Peçanha.
O transporte coletivo também está sendo desviado e teve paradas modificadas em função do protesto.Os ligeirinhos das linhas Inter 2 e Tamandaré/Guadalupe, além das linha convencionais que normalmente passam na Praça Nossa Senhora de Sallete, desviam pelas ruas Campos Sales e Lysímaco Ferreira da Costa, com paradas na estação-tubo e no ponto Prefeitura.
Manifestantes que estão no local disseram que não saíram do local até que o governador se posicione sobre o assunto. Os trabalhadores da Araupel argumentam que a Justiça já garantiu reintegração de posse de áreas sob disputa da empresa e do MST e que as ocupações podem causar desemprego em massa em Quedas do Iguaçu.
Já o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra diz que vai lutar para que a o local onde está a empresa seja transformado em uma escola técnica e universidade para os trabalhadores. “Hoje é só um recado, mexer no acampamento implica em ocupar a fábrica”. Os sem-terra voltaram a enfatizar que desde 1996 o MST decidiu que todas as terras da Araupel seriam espaços para assentamentos e dizem que 2015 foi eleito o ano para que todas as áreas que estão em posse da Araupel sejam repassadas para os trabalhadores rurais.
Em nota, a coordenação regional do MST informou que em sua avaliação a empresa foi abandonada pelos trabalhadores e, por isso, decidiu ocupar a entrada na manhã de hoje. Segundo o movimento, por enquanto eles não pretendem ocupar a sede da fábrica, mas se acontecer qualquer tentativa de despejo dos acampamentos, mais de 1,5 mil trabalhadores sem-terra estão preparados para ocupar a empresa permanentemente.
Os sem-terra pretendem ficar acampados em frente à empresa durante todo o dia, mas não descartam a possibilidade de estender a manifestação.