Total de invasões pode ser maior no Paraná

Segundo um estudo realizado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) o número de ocupações de terra no Paraná pode ser mais de quatro vezes maior do que o apresentado pela Ouvidoria Agrária Nacional (OAN), do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Em 2007, de acordo com o site oficial da OAN, o órgão contabilizou 11 ocupações no Paraná. Entretanto, um levantamento realizado pelo Laboratório de Geografia da Unioeste aponta para 49 ocupações no ano passado.

Já para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), órgão ligado à Igreja Católica, foram registradas 17 ocupações no Estado, no mesmo período.

Um dos fatores desta diferença nos números está no critério utilizado por cada instituição. Segundo o professor João Fabrini, do Laboratório de Geografia da Unioeste, os órgãos não fazem o catálogo de todas as invasões que acontecem, por critérios metodológicos.

?Por isso fazemos um comparativo entre os números da própria OAN, da CPT e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Além disso, também fazemos uma busca do que é noticiado pela imprensa para ter uma aproximação maior com a realidade.?

O ouvidor da OAN, Gercino José da Silva Filho, concorda que a distância entre os números se deve aos critérios adotados. Para ele, alguns registros não condizem com a realidade.

?Algumas instituições consideram uma manifestação em frente a uma sede de alguma fazenda como invasão. A OAN só considera como uma ocupação, de fato, o que é confirmado pelas polícias militares e pelo Incra, além dos movimentos sociais?, afirma.

Na última segunda-feira (16), o jornal Folha de São Paulo publicou matéria em que a Universidade Estadual Paulista (Unesp) aponta uma grande diferença também para os números nacionais. Segundo o levantamento da Unesp, entre 2000 e 2007, ocorreram mais de quatro mil invasões, enquanto que a OAN aponta para 1.827 ocupações no mesmo período.

Para o responsável pelo levantamento, o geólogo Bernardo Mançano Fernandes, a política agrária atual ainda é insuficiente. ?O governo precisa ser mais ousado, no sentido de promover maior número de assentamentos e numa velocidade maior?, afirma o geólogo.

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