Os curitibanos voltaram ao trabalho arrasados no início da tarde de ontem. Porém, em uma residência localizada no bairro Alto da XV, holandeses e descendentes festejaram a vitória contra o Brasil.

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Vestindo camisas e adereços na cor laranja, eles comemoraram com o tradicional churrasco brasileiro acompanhado de comidas típicas holandesas, como balas de alcaçuz, waffer com recheio de mel e o chamado “poffertjes”, mini-panquecas com cobertura de mel, açúcar ou queijo ralado. Até o cachorrinho da família, um pintcher, usou, no pescoço, fitas com as cores da Holanda.

O gerente de vendas holandês Edwin Boere chegou à capital paranaense na última semana, na companhia da namorada brasileira. Foi a primeira vez que ele assistiu ao jogo entre Brasil e Holanda no País de seus adversários. Após o fim da partida, ele recebeu uma série de ligações e mensagens de amigos e familiares que estavam na Holanda comemorando a vitória.

“Foi uma experiência incrível assistir ao jogo no Brasil. No primeiro tempo, achei que o Brasil ia ganhar, mas depois do intervalo só deu Holanda no jogo. Em meu País, está uma festa. Todo mundo está muito feliz, pois a maioria das pessoas não acreditava que a Holanda pudesse vencer o Brasil”, afirmou.

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A filha e neta de holandeses Saskia Van der Meer, que já morou na Holanda, vestiu uma camisa laranjada sobre outra verde e amarela, estando pronta para comemorar a vitória de qualquer um dos dois países. Seu irmão, Pieter, torcia pela Holanda, mas também não deixou de se entristecer com a derrota do Brasil.

“Estou, ao mesmo tempo, feliz pela Holanda e chateado pelo Brasil, pois a derrota faz com que chegue ao fim o clima de festa proporcionado pela Copa do Mundo”, declarou. “Foi um jogo muito difícil, mas acho que a Holanda mereceu a vitória. O Brasil já ganhou a Copa cinco vezes e a Holanda só havia vencido do Brasil em 1974. Agora vou torcer por uma final entre Holanda e Argentina, para que todos os brasileiros torçam pelos holandeses”.

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Para o jogo de ontem, a Polícia Militar (PM) aumentou a segurança nas ruas de Curitiba. Um efetivo de seiscentos policiais foi colocado em atividade, a maioria na região central e do Batel. Eles utilizaram 180 viaturas. No jogo anterior, entre Brasil e Chile, o efetivo foi de quatrocentos policiais.

Ciciro Back
Curitibanos Claudinei e Osni afogaram as mágoas com canecos de chopp.

Torcedor ficou sem rumo


Mara Andrich

O clima após a eliminação da Seleção Brasileira, ontem em Curitiba, era diversificado. Nas ruas (especialmente no palco das comemorações anteriores, a Boca Maldita), o que se via era um misto de indignação, decepção, tristeza. Alguns até demonstravam alegria, mas somente depois da bebedeira. Outros até tocavam instrumentos musicais no meio da rua, o que evidenciou que muitos torcedores ficaram sem rumo após o jogo. Agora, só em 2014 e aqui no Brasil.

“Faltou garra”, disse o torcedor Jeferson Loureiro. “A seleção não jogou nada, comentou a dona de casa Laurici Cardoso. “Faltou humildade”, disse a torcedora Eloísa Figueira. “Agora vão colocar a culpa no Felipe Melo e no Júlio César, quando na verdade o Dunga é que tinha que ter tirado o Michel Bastos do campo”, disse Eloísa.

Depois da eliminação, os amigos Osni José de Lima e Claudinei de Mattos continuavam com a bandeira e a camisa do Brasil. Além da vuvuzela, claro. “Vou guardar a vuvuzela para 2014, não tem o que fazer”, lamentou ,Mattos. Para Lima, o excesso de confiança prejudicou o desempenho do Brasil em campo. “E o adversário aproveitou essa autoconfiança para ir para cima”, disse Lima. Mas o colega Mattos não perde a esperança. “Sou pentacampeão, por isso não estou triste”, brincou.