Boa parte dos torcedores que foi à Pedreira Paulo Leminski assistir ao jogo entre Brasil e Alemanha, nesta terça-feira (08), debandaram do local antes de iniciar o segundo tempo, tamanha decepção com o placar avassalador de 5 a 0, marcado em sequência. E a descrença em um “milagre” no segundo tempo foi confirmada com mais dois gols alemães. Com o gol brasileiro de Oscar, ficou um saldo de seis para o adversário. Mesmo número de estrelas que os brasileiros esperavam exibir na camiseta ao final do mundial.
Nem o sósia do jogador Willian, o músico Ezequiel Júnior, 19 anos, dizia confiar na virada do placar. “Foi totalmente decepcionante”, respondeu em coro, na companhia de duas amigas. Reação semelhante teve a torcedora Daiane Yamato, 31 anos. “Não consigo mais torcer”, avaliou.
Contrastando com o clima fúnebre que tomou conta da Fifa Fan Fest, um quarteto de amigos, três brasileiros e um alemão, celebraram cada um dos gols contra o Brasil. “Já apostava que seria 6 a 0 para a Alemanha”, assegurou o administrador Andersson Felipe Mendes, 22 anos. Natural de Berlin, ele vive em Curitiba há quatro anos. Apesar da origem, ele acredita que a Holanda será a campeã.
Já os três amigos brasileiros, Diego Slinvinski, 23, Jonathan Pereira, 23, e Vinícius Yudi, 22, acreditavam que o Brasil perderia e apostam que quem levará a taça será a Alemanha. “O Brasil não mostrou um bom futebol desde o início. Além disso, falaram tanto do que aconteceu com o Neymar, enquanto as duas pessoas que morreram na queda do viaduto em Belo Horizonte não mereceram o mesmo destaque na sociedade”, criticou Diego.
Se a Alemanha realmente vencer, Andersson ficará com o cabelo branco, mesmo tendo 22 anos. “Ele insiste em acreditar na Holanda, mesmo depois desse massacre e aceitou a aposta”, explicou Jonathan. O jogo de ontem foi o primeiro visto pelo quarteto no espaço Fifa Fan Fest. “E já que deu sorte, vamos repetir a dose”, avisa Vinícius.
Criatividade campeã
A exemplo do que ocorreu nos outros jogos da Seleção, a criatividade do público marcou gol de placa. A auxiliar de produção Rosely Fernandes reuniu os três filhos, o marido e até o genro para assistir ao jogo na Pedreira. “Somente desta vez conseguimos a pulseirinha”, celebrava. Mesmo ciente da dificuldade da partida, Rosely fixou no peito o placar desejado por muitos, com dois gols do Brasil e um da Alemanha.
Já os irmãos Vanessa e Willian Silva, acompanhados da amiga Raquel Silva, optaram por uniformes personalizados. “E podemos ser opção para o Felipão”, declaravam, antes de o destino da Seleção ser selado.
