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Teste de combustível pode evitar apuros na estrada

O motorista até sabe que tem direito de pedir para testar o combustível do posto onde abastece, mas quantos de fato pedem? Muito poucos. Funcionários e donos dos postos são os primeiros a comentar a falta de interesse. Mas quem já ficou na estrada por causa da pane provocada por combustível adulterado aprende na marra o quanto é importante ficar atento à qualidade do produto. Nesse sentido, não basta só testar o combustível, mas saber o que analisar. Por isso, a Tribuna pediu ao diretor do Sindicombustíveis-PR e proprietário do Posto Sprenger, José Sprenger, explicar o que dá para observar nos testes do etanol, gasolina e diesel.

Dentre os três, o etanol é o mais fácil de ser analisado, pois o consumidor pode observar vários detalhes antes de pedir o teste. “No etanol não tem desculpa porque na bomba tem o termodensímetro que já fornece informações sobre a densidade e o aspecto visual do produto”, destaca Sprenger. Aliás, bom começo é estar atento às informações colocadas na bomba, como o aviso da Agência Nacional do Petróleo (ANP) alertando que a coloração do álcool não pode ser alaranjada ou amarelada, tem que ser incolor, límpida e isenta de impurezas. Partindo para o termodensímetro (aparelho anexo à bomba de etanol), o consumidor deve observar se o nível do álcool fica pouco abaixo do nível da coluna vermelha. “No máximo pode ficar alinhado, acima disso significa que o álcool está abaixo da especificação”, atesta Sprenger.

Ajuste deve ser a 20 graus

Allan Costa Pinto
Líquido homogêneo.

Partindo para o teste do etanol, qualquer revendedor tem que retirar o produto e levar para o tubo de ensaio onde o densímetro e o termômetro são colocados. “Como o valor da densidade é influenciado pela temperatura, é importante saber os dois para fazer os ajustes a 20 graus. Isso vale para o diesel e gasolina”, explica o proprietário do posto. O que difere são os parâmetros de cada combustível e é obrigação do revendedor ter o manual que mostra o ajuste e a faixa padrão. No etanol, a densidade pode variar entre 0,730 e 0,770 para 20 graus. Na gasolina, de 0,720 a 0,775. No diesel, entre 0,820 e 0,880. Em todos os combustíveis vale a máxima que o líquido deve ter aspecto homogêneo, sem formar fases.

Ainda no teste da gasolina, dá para verificar se o posto está cumprindo com o percentual de anidro que hoje é de 20% e em maio passará a 25%. Basta misturar a medida de gasolina à solução de cloreto sódio (para cada litro de água, 100 gramas de sal).

Feito isso, tampe o tubo e agite cinco vezes (não mexa mais do que isso para evitar explosões). A diferença entre a gasolina e a água que subir aponta para o quanto de álcool anidro foi misturado.

Garantia pra contestar fornecedor

O posto também deveria fazer a sua parte e testar cada combustível entregue. “No Sprenger sempre fazemos isso porque partimos do princípio que homens são passíveis de erros e máquinas podem estragar”, destaca. Além disso, todo posto deve ter armazenado a chamada amostra-testemunha das três últimas cargas de cada combustível. “Devem ser preenchidas rigorosamente e servem de garantia para que o posto possa contestar o fornecedor caso haja algum problema”.

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