Brasília
? O tesoureiro da rede terrorista Al-Qaeda, Khalid Sheikh Mohamed, preso sábado em Rawalpindi, no Paquistão, esteve em Foz do Iguaçu por 20 dias, um ano depois de um atentado a um avião nas Filipinas, do qual ele foi apontado como um dos mentores. Considerado o terceiro na hierarquia da organização de Osama bin Laden, Mohamed ainda não era apontado, na época, como líder terrorista.Mohamed entrou no Brasil no dia 4 de dezembro de 1995, pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, como turista, e portando um visto paquistanês. Seu retorno, no dia 24 do mesmo mês, foi pelo Aeroporto do Galeão, no Rio, e seu destino foi a Holanda, conforme registro da Polícia Federal e da divisão brasileira da Interpol – Polícia Criminalista Internacional.
No período de permanência no País, esteve por todo o tempo em Foz, onde está concentrada uma das maiores colônias árabes do País e onde há a suspeita da existência de células de organizações terroristas. “Como não havia suspeitas contra ele, não fizemos monitoramento de suas atividades”, explica um delegado da área de inteligência da PF.
Mohamed só passou a ser suspeito de vários atentados a partir de 1998. O FBI (a polícia federal americana) e a Interpol descobriram que ele estava entre os terroristas que planejavam bombardear aviões comerciais, a partir de janeiro de 95, mesmo ano em que esteve em Foz. O Departamento de Justiça dos EUA pediu ao Brasil um levantamento das atividades do terceiro homem da Al-Qaeda, quando descobriu a permanência de Mohamed no País.
Mohamed também foi apontado como o mentor do ataque a um avião filipino, em 1995, no qual morreu apenas uma pessoa. Mas só foi em novembro de 2000, após as explosões das embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, é que a Interpol colocou o terrorista na lista de procurados. Mohamed figura como um dos 22 criminosos mais perigosos do mundo, segundo o FBI.