Foto: Aliocha Mauricio

Terminal da discórdia: espaço ainda em obras fez com que Comec anunciasse interdição ao público. Decisão prejudica 63 mil passageiros.

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Um impasse envolvendo a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), órgão da Prefeitura de Curitiba, e a Coordenação da Região Metropolitana (Comec), órgão do governo do Estado, pode prejudicar o transporte de milhares de pessoas que vivem em Colombo e necessitam se deslocar à capital diariamente.

A Comec, justificando o término das obras no terminal Maracanã, anunciou que interditará o local, solicitando à Urbs a transferência de parte da demanda para o terminal Guaraituba. Já a Urbs defende-se da decisão, caracterizando-a como unilateral e afirmando que não possui condições operacionais de colocar o Guaraituba em funcionamento.

O fechamento do terminal Maracanã – que fica no bairro Alto Maracanã e por isso é também conhecido pelo nome do bairro – está previsto para a próxima segunda-feira. Pelo local, passam diariamente 63 mil usuários do Sistema de Transporte Integrado. Superlotado, deve ter sua demanda dividida entre outros terminais, como o Guaraituba, concluído recentemente e que custou cerca de R$ 2,5 milhões, financiados pelo governo do Estado.

O coordenador da Comec, Alcidino Bittencourt Pereira, explica que a interdição do terminal é necessária para a conclusão das obras que estão sendo feitas no local há mais de três anos. ?Temos prazo previsto em contrato para terminar as obras.? Falta fazer no terminal as obras de acesso dos ônibus, com concretagem da pista o que, segundo o coordenador, não pode ser feito com o terminal em operação. ?Não é possível operar em meia pista porque, para colocar o concreto em uma das pistas, as betoneiras devem estar posicionadas sobre a outra?, diz, justificando a impossibilidade de acatar a sugestão dada pela Urbs.

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Com base nisso, a Comec sugeriu à Urbanização de Curitiba que transferisse 45% da demanda do Maracanã para o terminal do Guaraituba. ?Enviamos um ofício em outubro do ano passado à Urbs pedindo a conclusão do planejamento operacional (do Guaraituba). Além disso, há mais de dois anos estamos comunicando a construção e solicitando esse planejamento?, afirma Pereira. ?Não há possibilidade de a interdição ser adiada. Estou certo de que a Urbs tem capacidade técnica e as melhores condições para operar o Guaraituba.?

Mas não é o que diz o presidente da Urbs, Paulo Schmidt. ?É preocupante, porque não temos plano de operação pronto para o Guaraituba?, justifica. Schmidt alega que, para garantir a viabilidade do funcionamento, algumas questões ainda estão pendentes. ?Precisamos verificar que tipo de ônibus podemos operar, quem assumirá os custos dessa transferência e o que será feito dos terminais de Curitiba, como o do Cabral, que opera na capacidade limite e não tem como absorver novas linhas?, defende.

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Falta de comunicação

Para a Urbs, o que impede a operação imediata do Guaraituba é que a extensão das linhas para o novo terminal custaria R$ 340 mil por mês ao sistema, e no convênio de integração do transporte está previsto que alterações operacionais que gerem custos à tarifa devem ser providas de recursos, com indicação da fonte. ?O fechamento do terminal representaria mais custos para o sistema, que encontra-se no limite de sua capacidade de financiamento?, diz Paulo Schmidt, presidente da Urbs, acrescentando que a construção do local teria sido feita sem discussão prévia. ?Embora tenhamos tentado, nunca houve diálogo para a construção e operação deste e de outros terminais.? Mas apesar de ambos os órgãos se dizerem abertos a discussões, quando questionados sobre o que será feito dos passageiros, nem o presidente da Urbs, nem o coordenador da Comec, Alcidino Pereira, respondem com exatidão. ?Se for preciso, vamos entrar com medidas judiciais alegando impossibilidade de fazer as intervenções operacionais nesse prazo?, diz Schmidt. ?A Comec não vai assumir a operação, que é de responsabilidade da Urbs?, retruca Alcidino.