O primeiro dia de funcionamento do polêmico Terminal Metropolitano do Roça Grande, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), ficou marcado por pouquíssima procura e pessoas reclamando.
O espaço, que iniciou as atividades ontem, atendendo uma determinação do Ministério Público Federal (MPF), ficou marcado por uma briga política de mais de dois anos entre a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), em que empurravam a responsabilidade pelo espaço uma para outra.
A principal reclamação de quem precisa utilizar o transporte coletivo é a falta de integração entre o terminal com os terminais Santa Cândida e Cabral, em Curitiba. Segundo o aposentado Valdir Ricardo, a única integração que o Roça Grande faz é com o terminal do Maracanã, também em Colombo.
“Infelizmente, esse terminal não vai ser de grande serventia se fizer conexão apenas com o Maracanã. O ideal seria que tivéssemos uma linha direta com dois terminais de ônibus de Curitiba. Se fosse só para integrar com o Maracanã, não havia a necessidade desse espaço. A gente acaba perdendo muito tempo em ter que se deslocar até o Maracanã, quando poderíamos poupar tempo indo para o Santa Cândida”, reclama. Morador do bairro há 25 anos, Ricardo desabafa.
“Nós esperamos muito tempo pela construção desse espaço. Agora que ele está pronto, ele não cumpre sua real serventia. É frustrante. A população do Roça Grande está revoltada.”
A empregada doméstica Nívea Aparecida Paulista disse ter gostado do terminal, contudo, reclama que em vez de facilitar a vida, está atrapalhando. “Espero que melhore logo, porque com a mudança na linha, estou gastando mais tempo para me deslocar até o trabalho. Isso sem contar que a passagem foi de R$ 1,80 para R$ 2,20, muito cara na minha opinião.” A auxiliar administrativa Vera Lúcia Coita também é da mesma opinião. “O povo batalhou pelo espaço, mas parece que ele não está sendo do jeito que foi prometido. Alguns horários mudaram e a gente ainda não se adaptou a eles”, lamenta.
O prefeito de Colombo, José Aparecido Camargo (PSC), esteve no local para acompanhar o movimento. Para ele, a obra, do jeito que está funcionando, não terá muita serventia. “O terminal está parecendo mais um ponto de ônibus de luxo. Por outro lado, estamos contentes que a obra foi entregue. Vamos continuar lutando para que ele passe a fazer integração com Curitiba, que sempre foi o desejo da população desse bairro”, avalia.
O valor da obra foi de R$ 1,6 milhão e foi construído pelo governo do Paraná por meio do Programa de Integração do Transporte (PIT), da Secretaria do Desenvolvimento Urbano (Sedu) e da Comec. As obras, concluídas no ano passado, tiveram que passar por uma reforma antes de iniciar as operações, pois o local fora depredado por vândalos. O terminal tem capacidade para operar oito linhas e atender 14 mil usuários/dia.