Depois de 134 dias de trabalho, tentativas frustradas, vazamentos de óleo e multas, deve ser concluída hoje a retirada dos destroços do navio chileno Vicuña, que explodiu e afundou no cais da Cattalini, em 15 de novembro do ano passado, no Porto de Paranaguá.
De acordo com o capitão dos portos do Paraná, Francisco dos Santos Moreira, a Smith Salvage – empresa holandesa contratada para retirar o Vicuña da baía – iniciou ontem a retirada da terceira seção do meio navio (parte central da embarcação que foi dividida em três pedaços para facilitar a remoção). Hoje, será concluído o içamento da peça, que será levada suspensa, juntamente com a popa – já retirada da água e que está em cima de uma balsa – para a Ponta do Poço, em Pontal do Sul. Lá, as peças estão sendo cortadas e reaproveitadas pela Gerdau.
?Agora, será preciso passar uma espécie de scanner para verificar se existe ainda alguma peça do navio no fundo do mar. Só depois disso a área será liberada para sofrer uma revisão e uma grande restauração?, afirmou o capitão.
Sebastião Carvalho, chefe regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em Paranaguá, afirmou que depois de finalizado o rastreamento do fundo do mar, o IAP vai conferir o trabalho. ?Queremos ver se tudo foi limpo mesmo. Mas a área só será liberada para qualquer coisa depois de concluído o inquérito policial que está sob responsabilidade da Capitania dos Portos, Polícia Federal e Polícia Civil. Tendo concluído o inquérito e o culpado apontado, o IAP vai autuar os responsáveis?, disse Carvalho. Ainda não há previsão de quando o inquérito será concluído.
Carvalho explicou que as multas aplicadas durante o processo de retirada do Vicuña foram referentes ao não cumprimento das normas ambientais durante a execução do trabalho.
Limpeza
O IAP informou que a limpeza dos pontos contaminados pelo óleo que vazou do Vicuña continua sendo feita. Equipes do Instituto estão vistoriando diariamente esses pontos. Carvalho afirmou que esse procedimento deve durar até a próxima quinta-feira, quando será decidido se há ou não necessidade de continuar limpando os locais. ?De antemão, posso adiantar que um monitoramento, pelo menos, terá de ser feito?, afirmou Carvalho.