Os funcionários dos Correios decidiram, em uma assembléia realizada na manhã de ontem, em frente ao edifício da empresa na Rua João Negrão, dar por encerrada a greve iniciada no dia 1.º de abril. De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintcom) Nílson Rodrigues dos Santos, a classe, embora ainda rejeite a proposta dos Correios, aceitou o acordo que prevê a prorrogação por 90 dias dos 30% de abono de risco sobre o salário dos carteiros e também porque nos outros estados a greve já estava por encerrar ou terminada, e que não faria sentido o Paraná continuar sozinho com a paralisação.
A proposta da empresa prevê ainda que o ponto de sexta-feira não deve ser cortado, uma vez que, segundo Santos, os Correios, em um termo assinado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, e pelo presidente nacional dos Correios, Carlos Henrique Custódio, prevê o abono das horas de greve. Caso o acordo não seja cumprido, o Sintcom deverá entrar com uma medida cautelar.
O secretário-geral disse ainda que, após 90 dias, haverá a regulamentação e a implantação em definitivo dos 30% de adicional de risco incorporado ao salário dos carteiros, conforme um termo de compromisso assinado pelo senador petista, pelo ministro e pelo presidente dos Correios no dia 20 de novembro de 2007.
Contudo, Santos afirmou que manterá o estado de greve e, caso os Correios não cumpram o que foi combinado, uma nova paralisação nacional poderá ocorrer.
Pelos dias em que os trabalhadores do Correio ficaram sem trabalhar, houve um acúmulo de correspondências e mercadorias encalhadas nos depósitos da empresa. Ainda não há um prazo para colocar todo serviço em ordem.
O Paraná, segundo dados da assessoria de imprensa dos Correios, contou com a adesão de 65% dos carteiros à greve e mais de dois milhões de mercadorias ficaram sem serem entregues.
Os grevistas retornam ao trabalho a partir da 0h de segunda-feira.