Foto: Lucimar do Carmo

Amordaçados, servidores técnico-administrativos fizeram um protesto silencioso ontem.

continua após a publicidade

A Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) divulgou ontem uma nota onde considera encerrada a greve no Hospital de Clínicas (HC), iniciada no dia 28 de maio. Na manhã de ontem, apenas três servidores não compareceram ao trabalho. Os funcionários técnico-administrativos da instituição, por outro lado, realizaram um protesto silencioso pela manhã. Eles se amordaçaram e foram para a frente do HC para protestar contra a liminar da Justiça Federal, que exige o retorno às atividades no hospital.

?A Justiça colocou uma mordaça nos servidores do HC, impedindo que eles possam exercer o direito de greve e ter liberdade de expressão?, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest), José Carlos Assunção Belotto.

Outro motivo de revolta dos grevistas é a decisão do reitor Carlos Augusto Moreira Júnior de abrir processo administrativo contra servidores do centro cirúrgico que faltaram na quinta-feira. No início da semana, Moreira havia ameaçado os servidores dos setores críticos do HC que não voltassem ao trabalho com a medida.

A nota da UFPR informa que o reitor enviou à direção do hospital um ofício criando uma comissão para a abertura dos processos administrativos de responsabilização dos servidores ainda em greve. Essa comissão avaliará cada caso e aplicará sanções que podem ir desde uma advertência até a perda do emprego sem possibilidade do funcionário penalizado tornar-se novamente servidor público.

continua após a publicidade

Complementa o texto que no restante da UFPR a greve continua no mesmo ritmo, com várias unidades paradas, como o restaurante universitário e a central de transportes. Nas pró-reitorias o atendimento vem sendo feito em horário reduzido, apenas em alguns dias da semana. ?Para a normalização das atividades espera-se que o governo federal atenda em breve às reivindicações das 44 IFEs em greve?, diz a nota.

Na manifestação de ontem, Belotto mais uma vez afirmou que, como forma de retaliação à decisão da reitoria de abrir processos contra os faltantes do HC, o Sinditest pretende ampliar a greve nos setores ainda não paralisados da UFPR. ?Pretendemos fechar as matrículas para o segundo semestre da universidade?, afirmou. O sindicalista também cogitou a hipótese de impedir a participação de funcionários na promoção do Festival de Inverno de Antonina, realizado no litoral do Estado.

continua após a publicidade