Termina a paralisação no Hospital de Clínicas

Depois de um dia e meio de paralisação, servidores da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná (Funpar), lotados no Hospital de Clínicas, em Curitiba, resolveram voltar ao trabalho. A decisão foi tomada ontem de manhã, durante assembléia que reuniu cerca de 350 pessoas. Os servidores aprovaram, por unanimidade, a contraproposta apresentada pela direção da Funpar e do HC na última segunda-feira.

Pelo acordo, servidores que ganham até R$ 650,00 (51% da categoria) terão 9,55% de reajuste salarial. Na faixa de R$ 650,01 a R$ 850,00 (29% dos funcionários), o reajuste será de 7%. De R$ 850,01 a R$ 1 mil, índice de R$ 6%. De R$ 1.000,01 a R$ 2 mil, reajuste de 3%, e já os que ganham acima de R$ 2 mil, índice de 2%. Os reajustes serão retroativos a 1º de maio de 2002. A categoria conseguiu ainda reajuste de 2,5% no Vale Alimentação, a partir de outubro. A princípio, os servidores reivindicavam 10% de reajuste – por conta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) -, 4,84% das perdas salariais e 3% referentes à produtividade.

Além dos reajustes salariais, os funcionários conseguiram incluir três cláusulas ao rol de direitos: vale-transporte sempre que o servidor realizar um trabalho extraordinário; transporte para casa – através de ambulância ou táxi -, por conta da Funpar, em caso de passar mal no trabalho; em relação a acidentes de trabalho, funcionários do HC terão prioridade no Pronto-Atendimento (PA).

“Tivemos essas conquistas, mas ainda falta muita coisa”, salienta o diretor do Sinditest – entidade que representa a categoria – e membro da Comissão de Negociação, Djalma de Oliveira Pedro. Ele reclama da falta de equipamentos de proteção coletiva e individual, como luvas, botas, aventais e máscaras adequadas. No HC, trabalham cerca de 1,4 mil servidores da Funpar e 850 concursados da UFPR.

Pressão

De acordo com Djalma Pedro, a greve serviu para pressionar o sindicato patronal. “Pararam vários profissionais, mas os setores continuaram funcionando normalmente e não houve prejuízo para o público”, comentou. “Se não chegássemos a um acordo hoje (ontem), aí sim a greve seria geral.” De acordo com Djalma, entre 30% e 40% dos servidores da Funpar participaram da mobilização, em forma de rodízio. O HC realiza diariamente cerca de três mil atendimentos.

Dia tenso na greve da Justiça

Momentos de tensão entre policiais e manifestantes marcaram a paralisação, ontem, dos servidores da Justiça do Trabalho. Segundo Rosângela Lousada, uma das coordenadoras do movimento, eles queriam proibir a entrada de advogados no prédio do Tribunal Regional do Trabalho para que não dessem continuidade aos processos. Mas a polícia foi acionada e interferiu. Mesmo assim, os manifestantes continuaram no local e conseguiram convencer muitos advogados a apoiar o movimento.

Rosângela explica que a medida era importante para garantir o direito de greve da categoria. Ela fala que os juízes continuam trabalhando e se os advogados entrassem no prédio eles poderiam dar continuidade aos processos. Mas para isso precisariam do auxílio dos servidores, que teriam de deixar o movimento mediante penalidades.

O advogado Sídnei Gílson Dockhorn foi até o local mas foi convencido a apoiar a categoria. “Acho que a greve atrapalha um pouco os processos, mas o interesse dos servidores supera os transtornos. É um movimento justo”, argumenta.

Rosângela conta que a categoria conseguiu que o Tribunal Regional do Trabalho suspendesse os prazos processuais até o fim desta semana. Segundo ela, 15% dos servidores da Justiça Eleitoral aderiram a greve. Na justiça Federal 80% e nas varas do trabalho, cerca de 95%.

Na ultima segunda-feira, os servidores fizeram uma passeata até a Assembléia Legislativa do Paraná, onde os parlamentares assinaram uma moção de apoio ao movimento. (Elizangela Wroniski)

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