Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que estavam em greve há mais de 70 dias, começam a voltar ao trabalho hoje. A decisão foi anunciada ontem, durante uma assembléia da categoria no Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest-PR). Oficialmente, os servidores voltam no dia 13, mas a partir de hoje grande parte da categoria já retoma os serviços.
No início de julho, a paralisação chegou a afetar áreas de atendimento a pacientes graves do Hospital de Clínicas (HC). No entanto, após uma liminar concedida pela Justiça Federal, os servidores da unidade de saúde foram obrigados a voltar ao trabalho.
Na última quarta-feira, os servidores se reuniram na Procuradoria da República, para prestar informações sobre o movimento grevista. Eles aproveitaram o encontro para fazer denúncias sobre as condições de trabalho no hospital. Nos últimos dias, na UFPR, estavam parados os serviços de transporte e biblioteca. No HC, entretanto, nenhum setor estava com suas atividades paralisadas.
A categoria entrou em greve por reajuste salarial e implantação de um plano de carreira. No dia 20 de agosto, o governo federal apresentou à Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra) uma proposta de reajuste salarial. A proposta teria aumento de 3% a partir de março de 2005, partindo de um piso salarial de R$ 701,98 e teto de R$ 2.158.44. Para janeiro de 2006, propõe um aumento de 3,6%.
Depois da resposta do governo, os servidores tinham definido ficar em greve até que o projeto de lei fosse enviado ao Congresso Nacional. A data prevista era 15 de setembro. Porém, o Sinditest-PR acredita que no dia 13 o projeto já esteja sendo encaminhado ao Congresso. A mobilização iria continuar até que o projeto fosse enviado, mas a maioria da categoria deve estar de volta ao serviço já na segunda-feira.
No início da semana, o presidente do Sinditest-PR, Moacir Freitas, já havia informado que a categoria reivindicava 5% de reajuste e um piso de R$ 780. Mas, segundo ele, a proposta do governo “foi um grande avanço para a categoria”.
Sem desconto
O governo federal não deve descontar os dias parados do salário dos servidores. O impacto dessa proposta no orçamento do governo será de R$ 341 milhões em 2005, e de R$ 365 milhões em 2006. Além da UFPR, servidores de outras 23 instituições federais paralisaram os serviços desde o início da greve.