A aposentada Terezinha Ferreira de Oliveira, de 72 anos, afirma que passou por uma grande transformação na vida no último ano. Mas essa mudança não está aliada a nenhuma perda ou problema de saúde, e sim, à descoberta de uma nova fase da vida: a terceira idade. Ele começou a participar de atividades voltadas para pessoas da sua faixa etária e descobriu que é possível aproveitar a vida de outra maneira.
“Mudei meu conceito sobre a vida, e até meus filhos dizem hoje estou mais dinâmica”, disse. Assim com Terezinha, Aurora Venâncio, 78, também tem aproveitado a vida de outra maneira. Há treze anos ela freqüenta atividades para a terceira idade, e garante que sente orgulho dos anos que já viveu. “Quando perguntam qual a melhor idade, digo que é esta”, revelou.
Ficar em casa, para a Evenilda Pilati, 62, é sinônimo de tristeza. Morando sozinha há três anos, ela diz que só sente bem quando está com outras pessoas, conversando, trocando idéias e se divertindo. Já o apicultor José Coradin Filho, 78, resolveu que precisava aprender a dançar, pois sempre estava “passando vergonha” quando era convidado por uma moça e não sabia mexer as pernas. “Eu estava sendo desdenhado pelas mulheres”, afirmou. Agora, além de se tornar um bom dançarino, afirma que a dança melhorou o desempenho físico, ajudando nas atividades do trabalho.
Incentivo
E esse conceito de vida na terceira idade é que o Sesc vem promovendo por meio de oficinas e cursos voltados para essa clientela. Ontem a entidade promoveu o evento Amadurecer Sim, Envelhecer Jamais, que reuniu cerca de setecentos idosos de nove cidades do Paraná, na unidade da José Loureiro, no Centro de Curitiba. O encontro, que acontece todos os anos no mês de agosto, reuniu participantes em atividades como criatividade, teatro, corte de cabelo, limpeza de pele, alimentação saudável e dança de salão ? a oficina mais procurada.
A técnica de atividades do Sesc, Sueli Carmem Scarente, diz que além de despertar nos idosos essa valorização da vida, buscam promover momentos de lazer e descontração. “É preciso estimular essas oportunidades para que os idosos não se sintam marginalizados ou discriminados”, defendeu. Segundo ela, um estudo aponta que o Brasil é o sexto país no mundo em número de idosos, ou seja, pessoas com mais de 60 anos. É um contingente grande, que, assim como os jovens e crianças, precisa de atenção.