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Temporal trouxe à tona uma série de problemas em conjunto recém-entregue

Foi só começar o período de chuvas que os moradores do Condomínio Moradias Boa Esperança I, no Tatuquara, se depararam com novos problemas nas casas onde moram desde abril deste ano. Durante o temporal da última sexta-feira, algumas residências ficaram alagadas por causa da água que entrou pelo teto dos imóveis, passou pelo forro e molhou os cômodos.

“Minha escada parecia uma cachoeira. Molhou tudo, meu sofá, minha cama, o berço da minha filha e o guarda-roupa. Achei que a caixa d’água tivesse estourado e entrei em desespero”, conta a manicure Thaysa Aparecida Mildemberg, 23, que na hora da chuva estava sozinha com sua filha de 1 ano e 10 meses de idade. Pelo volume de água que entrou pelo teto, ela também imaginou que o imóvel estivesse destelhado, mas seu marido verificou que o telhado ficou intacto. O que restou foi uma grande poça sobre o forro, que ainda pinga dentro de casa e que, para Thaysa, deve estourar a estrutura a qualquer momento. “Minha cama ainda está molhada, mofou toda. Eu e meu marido estamos dormindo num colchãozinho no chão”, relata.

Gerson Klaina
Luiz: ninguém resolve coisa nenhuma.

Na casa ao lado, o estrago não foi tão grande, mas as marcas na parede mostram que a água também entrou pelo teto. “Molhou tudo e não sei para quem reclamar. Falo com a Cohab e me mandam falar com a Caixa Econômica Federal, falo com a Caixa e me mandam procurar a Cohab. Ninguém resolve coisa nenhuma”, reclama o pedreiro Luiz Menevino da Paz, 45.

A chuva forte também é motivo de dor de cabeça para o segurança Anésio de Oliveira Santana. A parte de trás de sua casa alaga porque o sistema de escoamento não vence o volume de água que acumula e acaba espalhando para dentro do imóvel. “Já paguei para desentupirem aqui, mas não deu certo. Solicitei o conserto pra Caixa, mas não sabem quando vai vir o técnico”, diz ele, que já criou uma estratégia para evitar maiores prejuízos: quando percebe que vem chuva forte, Anésio ergue os móveis com tijolo.

Problemas em série

Além dos problemas com escoamento da água e alagamentos, os moradores enfrentam problemas de infiltrações e na rede de esgoto. A parede da sala da dona de casa Beatriz Ferreira, 78, está mofada há meses. “Faz tempo que está assim e não adianta lavar. Já reclamei e estou esperando alguém vir aqui resolver”, afirma. Já a diarista Maria Aparecida Rodrigues, 54, precisou fazer a ligação de esgoto na sua casa. Tempos depois que ela se mudou percebeu que o esgoto estava voltando, além do forte mau cheiro. “A Sanepar teve que fazer a ligação porque a rede de esgoto não estava ligada. A Caixa disse que era mau uso, mas o sistema nem estava ligado”, argumenta.

A Cohab informa que ficou responsável pela seleção das famílias reassentadas e prestou acompanhamento aos moradores nos primeiros seis meses após a mudança para o condomínio. A partir de então a responsabilidade em atender as demandas é da Caixa Econômica Federal, que aponta o mau uso por parte dos moradores como a causa dos problemas.

De acordo com o banco, o vazamento da água pelo forro aconteceu “em decorrência do manuseio incorreto do material durante a instalação de equipamentos no telhado, por parte das operadoras de televisão” e a responsabilidade do conserto é do próprio beneficiário. A Caixa destaca ainda que diversas vistorias realizadas pelo departamento de engenharia constataram entupimento de canos por objetos, entre eles fraldas, e que todas as unidades possuem ligação de esgoto, send,o esta uma das exigências para liberação do imóvel.

Gerson Klaina
Beatriz: parede da sala mofada faz tempo.
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