O temporal de ontem à tarde não causou grandes problemas em Curitiba. Somente Piraquara, na Região Metropolitana, ficou sem luz. A linha de distribuição da subestação da cidade não conseguiu levar energia. No final da tarde os técnicos da Copel resolveram o problema em algumas regiões do município. A previsão da empresa era de sanar o problema até o início da noite de ontem.

Esses temporais têm duas causas principais. O fenômeno El Niño é um dos responsáveis pelas chuvas fortes que ocorrem particularmente neste ano. Ele esquenta as águas do Oceano Pacífico, na costa da América do Sul, e muda o clima em todo o continente. Os reflexos no sul do Brasil é o aumento das chuvas. Além desse fenômeno climático, é natural que tempestades aconteçam de novembro até março, as chamadas chuvas de verão, que podem causar sérios problemas, como deslizamentos e enchentes. Várias entidades estão preparadas para atender a população nos casos de calamidades.

Neste tipo de situação, o Corpo de Bombeiros atua no resgate de vítimas. Segundo o sargento Eliton, relações-públicas da corporação, existe um programa especial preparado previamente. O Plano de Chamada funciona há muitos anos e consiste em mobilizar soldados da parte operacional e administrativa. Eles são chamados e devem se apresentar em até 1 hora no quartel designado. “Você está de folga, mas ao mesmo tempo não está”, diz o Sargento. De acordo com ele, este período do ano é muito crítico. “Nós esperamos que as previsões falhem. Senão, haverá muito trabalho, principalmente agora com a Operação Verão, em que todo o efetivo sofre uma redução para fornecer soldados para a operação”, afirma.

O sargento Eliton destaca algumas recomendações para os casos de tempestades, chuvas de granizo e vendavais. Se a pessoa sentir que a residência vai ser destruída, é essencial que procure um local que venha proteger. “O único local hoje que serve de abrigo de emergência é embaixo da mesa”, diz.

Já a tarefa de prevenção e atendimento à população cabe à Defesa Civil, que conta com uma estrutura em todo o Estado para diminuir os prejuízos, incluindo helicópteros. De acordo com o Primeiro Sargento Maciel da Polícia Militar que trabalha na Defesa Civil, a entidade obtém informações antecipadamente junto ao Simepar sobre as condições climáticas e assim pode repassá-las para as oito coordenações regionais espalhadas no Paraná. Cada município tem a Comissão de Defesa Civil que disponibiliza de barracas e lonas de plásticos para abrigar as pessoas atingidas.

As recomendações feitas pela Defesa Civil têm, principalmente, um caráter de prevenção. No caso de chuvas, não construir casas em margens de rios e barrancos e não jogar lixo nos córregos. Além disso, já durante a chuva, não deixar as crianças brincarem na água e encontrar um lugar alto e seguro para se abrigar.

Quando acontece uma tempestade, quem também tem muito trabalho é a Copel. As ventanias e as chuvas fortes lançam objetos contra os cabos da rede elétrica, o que faz a energia cair. “Entre novembro e março é comum essas ocorrências”, diz Péricles Neri, gerente da área de operações da Copel Distribuidora. A empresa também recebe informações antecipadas sobre as condições climáticas e monta equipes que ficam de sobreaviso. “O que não dá para saber é o tamanho do estrago”, completa Neri. Por enquanto, segundo ele, as tempestades estão dentro do esperado.

A principal orientação da Copel é não se aproximar de cabos caídos porque eles ainda podem estar energizados. Além disso, desligar aparelhos elétricos, inclusive tirando da tomada, para não correr o risco de queimarem. A Copel pede para a população informar sobre acidentes para facilitar o atendimento.

O telefone da Copel é 196; o da Defesa Civil, 199; e o Corpo de Bombeiros atende no número 193.

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