As fortes chuvas que estão atingindo o Paraná já colocam este mês de setembro como o segundo mais chuvoso em Curitiba, desde 1997, de acordo com os registros do Instituto Tecnológico Simepar.
Até agora, já choveu 266,3 milímetros neste mês na capital, enquanto que a média histórica de precipitação para setembro é de 147,8 milímetros. O setembro mais chuvoso foi o de 1998, quando foram registradas precipitações da ordem de 359,3 milímetros.
O mês de setembro que menos choveu em Curitiba foi o do ano passado, quando o Simepar registrou 31,3 milímetros. Somente ontem, choveu em Curitiba 69 milímetros, a metade da média do mês.
Segundo o Simepar, choveu 82,8 milímetros em União da Vitória, na região sul do Estado e 74,2 milímetros na Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. Os ventos mais fortes, detectados pelas estações do Simepar, foram em Foz do Iguaçu, na região oeste, com 61,2 quilômetros por hora (km/h), e Pato Branco, na região sudoeste, com 61,9 km/h.
Até agora, a Defesa Civil estadual contabilizou perto de 594 pessoas afetadas no Estado, mas o número pode ser muito maior, já que alguns municípios ainda não entraram na contagem (ver quadro com os estragos em várias cidades). Em todo o Estado, 252 mil residências ficaram sem luz.
Moradores da Vila Pantanal, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba, sofreram ontem com alagamentos. Três casas de alvenaria tiveram parte de suas estruturas carregadas pela correnteza que se formou no local.
Equipes da prefeitura de Curitiba estiveram no local para avaliar os prejuízos e dar assistência aos moradores. Uma família precisou ser relocada para a casa de parentes.
Carlos Roberto Santana, morador do local, não dormiu em casa e, às 6h de ontem, recebeu uma ligação dos vizinhos avisando que parte da sua casa havia cedido.
“Aluguei uma peça de uma casa aqui perto para ficar. Só tirei de lá de dentro roupa mesmo. Porque não sobrou nada. Além de ter a casa destruída, ainda roubaram o pouco que tinha lá, como a televisão”, contou, desolado. O morador Gerson Lessa teve a casa invadida pela água. “Vou esperar baixar. Eu não saio da minha casa não. O problema é que com qualquer chuvinha está enchendo aqui”, relatou.
No Moradias 23 de Agosto, no Sítio Cercado, cinco famílias tiveram suas residências alagadas e tiveram que ir para a casa de parentes. Parte do muro do Cemitério do Boqueirão desabou por causa da chuva forte.
Na região metropolitana, o município mais atingido pelas chuvas foi São José dos Pinhais, onde a Defesa Civil contabilizou 150 casas alagadas e cerca de 350 pessoas afetadas.
Ibiporã e Londrina
O município de Ibiporã, na região norte do Estado, foi um dos mais atingidos pelas chuvas que começaram no domingo. Hoje, a prefeitura deve decretar situação de emergência.
Pelo menos 150 casas foram destelhadas e quase 100 árvores caíram, mas não houve feridos e os atingidos ficaram em casas de parentes. Setenta porcento dos moradores ficaram sem luz, mas o fornecimento de energia elétrica já foi restabelecido.
Houve ainda o destelhamento de parte do Hospital Cristo Rei, de onde 33 leitos tiveram que ser removidos. Em Londrina, pelo menos 120 pessoas foram afetadas com as chuvas, segundo a Defesa Civil.
Mais chuva
A previsão do Simepar é que volte a chover amanhã à noite, porém, com intensidade menor. O meteorologista Fernando Mendes lembra que a primavera é uma estação que traz surpresas, e que por isso a previsão pode mudar ainda hoje.
