Tempo seco traz mais doenças respiratórias

Os inaladores voltaram à cena. Com o tempo seco nos últimos dias, muitas crianças precisaram de atendimento médico por consequência da baixa umidade e da poluição no ar. Os problemas respiratórios são normais nesta época do ano e se intensificam conforme o frio vai chegando. Mas o tempo seco pode potencializar o aparecimento das doenças respiratórias comuns nestes meses, como sinusites e bronquites.

No Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento pediátrico na cidade, o aumento na demanda por atendimento para problemas respiratórios vem ocorrendo desde abril. Nos últimos dias, muitos pais levaram seus filhos para a emergência por causa disso. “Trouxe meu filho porque fiquei com medo de pneumonia. Desde a semana passada ele não está bem. Está tomando antibiótico e fazendo inalação. Acredito que seja um pouco pelo tempo seco e poluição”, afirmou a dona de casa Lucélia de Oliveira do Amaral, que levou o filho de três anos ao Hospital Pequeno Príncipe na tarde de ontem.

Peito carregado

Nelci Compagnaro também levou as filhas para o hospital. A menor, de três anos, estava com o peito carregado e tosse muito, principalmente à noite. “Fiz inalação em casa, mas não melhorou”, contou. A médica pediatra Neuma Kormann explica que é época do surgimento das chamadas doenças de inverno. “Se a umidade estiver baixa, acentua”, comenta.

Cresce número de pacientes

Nos Centros Municipais de Urgências Médicas (CMUMs), a demanda por atendimento por causa de problemas respiratórios aumentou em 30% nos últimos dias. “No verão, temos a média de 8% de atendimentos para síndrome respiratória entre todos os atendimentos. Conforme o inverno vai se aproximando, esta proporção vai aumentando e chega a quase 20% de todos os atendimentos. No ápice do inverno pode chegar a 30%”, explica Moacir Pires Ramos, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com ele, o tempo seco é sentido porque as mucosas ficam mais sensíveis e têm maior risco de fixação de vírus e bactérias. “Quando não chove por muito tempo, as partículas (poeira e poluição) ficam mais tempo no ar e isto vai acumulando nas vias respiratórias. Vai agravar o quadro de quem tem alergias, bronquites, sinusites”, ressalta.

Previsão de chuva na quinta

Marco Charneski
Moacir: orientações.

A umidade relativa do ar chegou a 19% na quarta e na quinta-feira da semana passada. Atingiu a marca de 20% na sexta-feira. Mas a situação melhorou com a chegada da área de instabilidade. A chuva isolada de ontem, mesmo que fraca, rompeu o ar seco e trouxe mais umidade, de acordo com a meteorologia Sheila Paz, do Instituto Tecnológico Simepar. Chuva forte mesmo só entre os dias 12 e 13 de abril. Depois disso, a chuva veio apenas no dia 5 deste mês, mas em pequena quantidade. Ontem, a umidade relativa do ar estava em 60%, trazendo alívio para muitos curitibanos. “Na quinta-feira, o tempo fica encoberto e com previsão de chuva a qualquer hora do dia. Será uma chuva mais significativa” esclarece a meteorologista.

Dicas

Em caso de tempo seco novamente, Moacir Pires Ramos, diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, dá algumas dicas para enfrentar os dias com essas características. “É importante hidratar muito, umidificar o ambiente em casa e usar soro fisiológico no nariz em casos de irritação”, ensina.

A assessoria de imprensa da Sanepar informou que a situação dos reservatórios em todo o Estado é bastante tranquila, apesar da pouca chuva nos &uacut,e;ltimos dias. Se o tempo seco persistir, Curitiba terá pelo menos seis meses de abastecimento garantido com os níveis atuais dos reservatórios que abastecem a cidade.

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