Tempo ruim dá prejuízo aos ambulantes

Se para o comerciante que tem ponto fixo o movimento melhora em dias de chuva (afinal, se não dá para aproveitar o mar, o jeito é passear nas lojas), para os ambulantes as vendas caem, e muito. Quem ganha a vida caminhando pela areia tentando vender côco, refrigerante, água, suco, algodão doce, milho, sorvete, entre outros produtos, o “mar não está pra peixe” nos últimos dias por causa do tempo ruim.

“Este ano as vendas estão terríveis”, resumiu a ambulante Roseli Veiga, que sai todos os dias para vender água e suco na areia de Matinhos. Ela e seu marido, Adão Pinheiro, contam a queda dos lucros na última semana, em relação ao mesmo período da temporada do ano passado. “Dia 31 de dezembro, um dos dias que mais vende, só choveu. Agora vamos rezar para fazer sol”, comentou Roseli.

Lucros

O ambulante José Oliveira Firmino Júnior, que vende chapéu de praia, confirma a informação. “Não estou vendendo nada, as vendas caíram pela metade, está muito fraco”, reclamou. Carlos Antônio Brito, que tem barraca de bebidas em Matinhos, comenta que o lucro foi bom apenas no início da temporada, quando muita gente resolveu descer a serra. Segundo dados da Associação Comercial e Empresarial de Matinhos – Acima, no final do ano o número de visitantes no litoral foi recorde. Cerca de dois milhões de pessoas, 25% a mais do que no réveillon do ano passado, estiveram no litoral. “Agora está difícil de vender, pois muita gente foi embora. E a chuva só piora a situação”, comentou Brito.

Daniel Caron
Previsão de calor e pancadas de chuva.

Comércio depende de turistas

Como janeiro é um mês tradicionalmente chuvoso, os comerciantes do litoral já esperam queda nas vendas. No entanto, esse problema afeta mais os ambulantes, que dependem do turista na areia. Na opinião do presidente da Acima, Adauto Mendes, o litoral paranaense tem essa característica. “É natural. Nós termos períodos de baixa, outros de alta, pois as pessoas descem e sobem com mais frequência, já que é perto. Quando chove, piora, quando faz sol, o movimento aumenta”, diz ele. Para Mendes, o comerciante do litoral não fica tão preocupado com essa situação, pois já se acostumou. “Claro que essa é a época em que temos lucro, mas quem tem comércio fixo aqui já está acostumado com essas oscilações. Agora os ambulantes são os que mais sofrem”, comenta.

A expectativa dos comerciantes era que no período do dia 24 de dezembro a 4 de janeiro, as vendas chegassem perto dos R$ 400 milhões (um terço da temporada passada) e que os gastos médios por pessoa seriam em torno de 33% superiores aos do ano passado. Resta aguardar o final do verão para saber como serão os lucros deste ano.

Tempo

Segundo o Instituto Meteorológico Simepar, a previsão é de temperaturas altas no litoral, pelo menos até quarta-feira. Os termômetros deverão marcar até 32 graus nos próximos dias. Porém, o calor excessivo deverá provocar pancadas fortes de chuva.

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