As fortes chuvas no mês de janeiro continuam castigando todo o Paraná. Em diversas cidades, como Curitiba, Paranaguá, Campo Mourão, Londrina, Guaratuba, Maringá, entre outras, o volume acumulado já superou com folga a média história registrada para esse mês.
Com exceção das regiões oeste e sudoeste, as demais regiões do Paraná já registram chuvas acima da média. No noroeste, o município de Guairaçá, distante a 550 quilômetros de Curitiba, decretou estado de calamidade em decorrência dos estragos sofridos pela intempérie.
A prefeita do município, Janislei Amadeu, viajou na última terça-feira para Brasília a fim de buscar recursos para intensificar o trabalho de reconstrução das estradas rurais e da pavimentação da cidade. Segundo informações da assessoria de comunicação da prefeitura, a intensidade das chuvas tem sido a maior dos últimos anos.
Na primeira quinzena de janeiro, teria chovido o previsto para todo o mês. A reportagem de O Estado tentou entrar em contato com a prefeita, mas ela não foi encontrada.
Motivos
De acordo com o meteorologista do Climatempo Marcelo Pinheiro existem dois motivos que explicam esse excesso de chuvas. “O fator responsável por toda essa chuva é o fenômeno meteorológico El Niño. Ele intensifica o ar quente vindo da Amazônia e estimula as áreas de instabilidade em todo o País. Outro problema verificado é o de que as frentes frias, acompanhadas de ar quente e úmido, avançam com regularidade pelo sul e sudeste do Brasil e estacionam nessas regiões”, informa.
Pinheiro revela também que por causa disso, os estados dessas regiões sofrem com a instabilidade do tempo. “O mesmo problema verificado no Paraná também se repete em São Paulo e no Rio de Janeiro”, conta.
O meteorologista diz ainda que a tendência é a de que a maioria das cidades fechem o mês com volume de chuvas acima do esperado. “As principais cidades do Paraná já contabilizam um volume maior que a média. Em Curitiba, até o momento, já choveu 350 milímetros, sendo que a média é de 165 milímetros. Em Londrina (norte do Estado), o volume é de 320 milímetros acumulados, quando a média é de 220. Maringá (noroeste do Paraná) foram registrados 170 milímetros, pouco acima da média para o mês, que é de 150. Paranaguá (litoral paranaense) a média é de 290 milímetros, todavia, já choveu 400”, informa.
Para os próximos dias, o cenário não é muito animador. Segundo o meteorologista do Instituto Simepar Samuel Braun os guarda-chuvas serão bem úteis para a população paranaense, pois a tendência é de que as chuvas fortes continuem a assolar o Paraná.
“Infelizmente, as notícias não são animadoras. O quadro continua instável para esse final do mês. O tempo só deve voltar a normalizar a partir da segunda ou terça-feira da semana que vem, já no início do mês de fevereiro”, informa.