Tempestade provoca morte e estrago no Paraná

A tempestade que atingiu o Paraná na noite de quarta-feira e na manhã de ontem deixou ao menos uma pessoa morta e centenas de casas alagadas. Em Imbituva, na região dos Campos Gerais, José Claudinei de Andrade, de 30 anos, foi atingido por um raio quando andava na rua e morreu. Em Curitiba, o Corpo de Bombeiros registrou o afogamento de Alberto Cabral Chaves, de 43 anos, que teria caído num córrego no bairro Rebouças. O corpo dele foi encontrado no Rio Belém, atrás da Pontifícia Universidade Católica (PUC), mas até o fechamento desta edição a Defesa Civil ainda não tinha confirmado se ele teria sido levado ou não pela enxurrada.

Na capital, houve pontos de alagamentos em diversas ruas. Um dos mais problemáticos aconteceu na marginal da BR-476 (antiga BR-116), próximo ao viaduto da Avenida Marechal Floriano Peixoto. No local estão sendo realizadas obras para a Linha Verde. A água ficou acumulada na pista e causou muitos transtornos na região.

O pátio de uma empresa ficou totalmente alagado e os funcionários tiveram que fazer a limpeza. Três carros foram danificados pelo alagamento. A situação melhorou apenas quando funcionários da Prefeitura de Curitiba desentupiram alguns bueiros do local e a chuva deu uma trégua. Agentes da Diretran que monitoravam o tráfego de veículos na região liberaram a marginal às 10h30.

Susto

Uma moradora do bairro Alto Boqueirão levou um susto ao acordar. Um enorme buraco se formou ao lado da casa onde mora. Em um terreno próximo está sendo feita uma escavação e, mesmo com as lonas de proteção, a chuva provocou o desabamento. A casa ficou com rachaduras. ?Os responsáveis pela construção não imaginaram que ia chover tanto. A terra cedeu e as vigas da casa ficaram expostas?, contou o guarda municipal José Luiz Dalla Villa, da Defesa Social. Equipes da Defesa Civil, Defesa Social de Curitiba, Corpo de Bombeiros e Comissão de Segurança em Edificações e Imóveis (Cosedi) estiveram no local e decidiriam pela interdição do local.

Cidades do sul, sudoeste e oeste foram atingidas

No interior do Estado, muitas casas foram afetadas por alagamentos e destelhamentos nas regiões sul, sudoeste e oeste. A Coordenadoria da Defesa Civil reforçou o trabalho de ajuda às 650 pessoas que tiveram que deixar suas casas. ?Estamos trabalhando no levantamento da situação em todos os municípios atingidos?, informa o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, chefe de operações da coordenadoria estadual.

Ele disse que cerca de 500 pessoas estão desalojadas, mas têm abrigo em casas de parentes. Outras 100 estão desajoladas e foram encaminhadas para locais públicos. ?O importante é que os desabrigados só voltem para suas casas depois que as águas baixarem?, acrescentou Pinheiro.

Na cidade de Salto do Lontra, a água entrou em 40 casas por causa do excedente no Rio do Lontra. A estação de tratamento de água da Sanepar foi atingida e a empresa decretou racionamento no abastecimento até que técnicos façam a remoção da lama que afetou as bombas de captação.

Em Santo Antônio do Sudoeste, na fronteira com a Argentina, duas casas desabaram e outras 100 casas foram danificadas. Os três rios que cortam Campo Bonito, município próximo a Guaraniaçu, transbordaram e alagaram de 50 a 70 edificações.

Na cidade de General Carneiro, na região sul, o nível do Rio Torino, que corta a cidade, chegou a subir até 1,5 metro, alagando mais de 80 residências e lojas, deixando cerca de 300 desabrigados. Foi decretado estado de emergência. Em Cascavel, além de pontos de alagamentos na área central, os reservatórios de escoamento em obras da duplicação da BR-467 transbordaram e causaram muita confusão no trânsito.

Em Palmas e em Coronel Domingos Soares, as prefeituras também decretaram estado de emergência, já que várias ruas e casas ficaram alagadas. O temporal aconteceu durante a madrugada e atingiu a zona rural do município. Pontes chegaram a ser arrancadas.

Barragens apresentam melhoras

Mesmo com toda a destruição registrada, ao menos as fortes chuvas contribuíram para melhorar as condições das barragens no Estado. Segundo a Sanepar, somente hoje a empresa terá números totais de quanto os níveis subiram em todo o Paraná, mas considerou animadoras as parciais de ontem ocorridas nas duas principais represas que alimentam a capital do Estado.

Em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na última terça-feira a barragem estava 1,43 metro abaixo do nível ideal. Ontem, apresentou crescimento de 5 centímetros, fechando em 1,38 negativo.

Em Iraí, também parte da Grande Curitiba, a água da represa estava 1,18 abaixo do nível ideal. Com a chuvas, apresentou melhora de 2 centímetros.

A Sanepar informou que o volume de água disponível nas duas represas está em 75,8% do total, e que por enquanto a situação não é preocupante, apesar de merecer acompanhamento. Mesmo assim, a estatal diz que o Estado começará a atravessar o período de estiagem em breve, e por isso aconselha à população que utilize a água com mais cautela para evitar os racionamentos freqüentes registrados no ano passado.

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