Com o aumento das temperaturas, os insetos se desenvolvem com facilidade e aparecem com mais freqüência, incomodando muita gente. Os grandes problemas urbanos nesse sentido estão relacionados com formigas, cupins, moscas, mosquitos e baratas, segundo Mário Navarro, professor de entomologia do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Ele explica que os ciclos de vida dos insetos estão diretamente associados com a temperatura. Quanto mais calor, maior é a incidência deles. A chegada da primavera fica marcada pela maior presença dos insetos, que também passam a ter grande oferta de alimento nesta época do ano. “Eles estão sempre presentes, mas agora se tornam mais comuns”, afirma Navarro.
Um dos bichos mais difíceis de se combater é o cupim, que ataca a madeira, principalmente. As colônias, em muitos casos, estão distantes do local infestado. “Só há um jeito de acabar com todos os cupins: achar a rainha. A colônia deve ser totalmente destruída, pois alguns cupins são reservas e podem ocupar o lugar da rainha”, comenta Navarro.
O professor explica que os integrantes da colônia de cupins são os operadores, que fazem a destruição do material, os soldados e os alados (aqueles com asas, destinados para a reprodução e formação da futura colônia). A origem de todo o grupo é a rainha, que fica no ninho apenas produzindo novos elementos.
No combate, o ideal é identificar a espécie e a origem dos cupins. Se isso não for feito, só resta diminuir os estragos causados pelos insetos. Quanto às casas térreas, o professor aconselha a colocação de várias estacas de madeira (pinus) na área. Passados 15 dias, a pessoa deve tirar os pedaços e verificar se existe a presença de cupins. “Ela deve recolher e tentar a identificação da espécie. Assim, descobre-se a forma do ninho e quem exatamente está lá”, comenta Navarro. “Nos prédios, a situação é bem mais complicada, justamente pela possibilidade de o ninho estar longe. Os cupins entram pelas tubulações de circulação de ar, principalmente nos apartamentos com janelas para dentro. Esse local é próprio para o desenvolvimento de insetos por ser escuro e úmido”, informa.
Carência
Há poucos especialistas brasileiros no assunto, de acordo com ele, mas um local onde é possível conseguir informações é o Centro de Diagnósticos em Zoologia da própria UFPR. Em todo o mundo, estima-se que existam cerca de 2.860 espécies de cupins. As principais no Brasil são Cornitermes, Armitermes, Syntermes, Nasutitermes, Termes, Ruptitermes e Anaplotermes.
Navarro aconselha a deixar os ambientes bem iluminados e arejados, para amenizar a presença de insetos. “Os cupins e as formigas não dependem tanto da gente. O problema maior está nas moscas, baratas e mosquitos”, enumera. “Para combatê-los, é preciso ter hábitos de higiene adequados e não deixar material orgânico desprotegido e em estado de decomposição. Além disso, deve-se evitar o acúmulo de água, inclusive em locais fora da residência, onde possa haver o armazenamento da água da chuva.”