Em 100 anos, a média de temperatura de Curitiba aumentou 0,5ºC. Isso ocorreu devido ao corte das grandes coberturas florestais que cercavam a cidade e ao aumento populacional. As causas e conseqüências da elevação da temperatura na capital é um dos assuntos em discussão no V Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica, que começou ontem e prossegue até amanhã.

Segundo um dos organizadores do evento, o geógrafo e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Faculdades Curitiba, Nilson César Fraga, embora o 0,5ºC pareça um número pequeno, o aumento é significativo dentro dos padrões climáticos mundiais. “Curitiba ficou mais quente e seca”, assegura o professor, que em seus estudos,também identificou o surgimento de microrregiões climáticas na cidade. “Temos áreas mais arborizadas e locais onde predominam grandes formações de concreto, aço e asfalto sem nenhuma caraterística da cobertura vegetal original. Isso acaba produzindo diferenças de temperatura dentro do próprio município.”

Fraga está trabalhando na análise da temperatura da cidade na UFPR, em parceria com a Fundação Araucária. Segundo ele, se mantida a tendência de crescimento populacional da cidade, a temperatura deve aumentar ainda mais.

El Niño

O fenômeno do El Niño que divide as opiniões de geógrafos e especialistas volta a mostrar sua força em 2003. Por isso mesmo, fenômeno está na pauta do simpósio. Segundo Fraga, o Sul do País deve sofrer com as chuvas fortes que devem cair no início do próximo ano. No Paraná, ele cita especialmente as cidades localizadas no chamado médio Iguaçu, como Porto União e União da Vitória, como prováveis vítimas do fenômeno. “Curitiba canalizou o excesso de água para fora de seu território. Com isso, o acúmulo de água deve gerar enchentes nessas duas cidades”.

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