Tecnologia nacional para controle do tráfego aéreo em Curitiba

Às 12h19 de ontem operou pela última vez o sistema analógico, de origem francesa, do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) II, localizado em Curitiba.

A partir daquele momento, todos vôos passaram a ser controlados por meio de um sistema totalmente digital e com tecnologia brasileira, desenvolvida pela Fundação Atech. A mudança do sistema acompanha o crescimento do setor aéreo do País.

O sistema Mitra (francês) era utilizado para controle do tráfego aéreo há 23 anos e passou por atualizações durante este período. No entanto, com o tempo, foi aparecendo a necessidade de ampliar a visualização das operações e de adaptação aos adventos da tecnologia. Assim foi criado o X-4000, um software brasileiro que permite uma acessibilidade muito maior.

Durante seis meses, o sistema Mitra  e o X-4000 operaram simultaneamente em Curitiba para ajustes. Desde ontem, apenas o sistema brasileiro está em operação. O último vôo controlado pelo antigo sistema no Cindacta II foi de um caça F5 da Força Aérea Brasileira (FAB) entre a base de Santa Cruz (Rio de Janeiro) e Canoas (Rio Grande do Sul).

?O maior avanço é a capacidade de mexer no software. Sendo nosso, podemos colocar todos os requisitos que vão aparecendo com a necessidade. O novo sistema permite uma visualização maior e uma flexibilidade muito grande. A operação melhorou bastante, especialmente a visualização?, comenta o coronel aviador Leônidas de Araújo Medeiros, comandante do Cindacta II.

A conclusão da modernização da unidade de Curitiba acontece após a atualização do Cindacta de Brasília e a criação do Cindacta de Manaus. A última etapa de modernização está ocorrendo na unidade de Recife, cujo processo deve ser concluído ainda neste ano. A Aeronáutica investiu cerca de US$ 2 bilhões na estrutura do controle de tráfego aéreo no País, nos últimos 8 anos.

O novo sistema oferece o mesmo nível de segurança aos vôos. A grande diferença é que vai comportar o crescimento do setor aéreo. ?Um dos focos da mudança é justamente acompanhar o crescimento da malha aérea brasileira. O sistema tem condições de acompanhar mais aeronaves voando?, afirma Medeiros.

No Cindacta II, atualmente funcionam 18 consoles com o software X-4000 no controle de tráfego aéreo, mas o número chegará a 26. Os consoles com o sistema Mitra  serão desmontados. O Cindacta II monitora o tráfego aéreo de toda a região Sul, parte de Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Rio de Janeiro. O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab) coordena o tráfego em uma área de 22 quilômetros quadrados (incluindo o território marítimo).

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo