Tecnologia a serviço do trânsito em debate

A utilização de placas eletrônicas nos veículos poderá ser uma das grandes apostas para modernizar a fiscalização no trânsito nas grandes cidades. A afirmação é do diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres da Silva. Ele esteve ontem em Curitiba para participar do VIII Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

As placas funcionarão como uma espécie de chip, cujos sinais serão detectados por antenas. As placas poderão detectar vários tipos de infrações, como excesso de velocidade, por exemplo, e até controlar o horário de ônibus.

Segundo Silva, Curitiba ainda é modelo para todo o País no item planejamento urbano. Porém, o aumento da frota é uma realidade que vem assolando todas as grandes cidades, e a capital paranaense não foge disso.

“O que vemos hoje é que o aumento da frota é incompatível com a qualidade e o tamanho da fiscalização. Por isso é preciso investir em fiscalização”, afirma. No Brasil, a frota de veículos cresce numa média de 10% ao ano. Mas entre 20% e 25% dela está irregular. “E esses veículos acabam não pagando as infrações que cometem, o que dá um enorme prejuízo”, ressalva.

Outro grande problema que contribui com o aumento da frota – e que resulta no trânsito caótico das grandes cidades – é a falta de investimentos em transporte público, de acordo com o diretor. Para ele, as grandes cidades devem se preocupar mais com seus ônibus para que mais pessoas sejam estimuladas a utilizá-los, deixando o carro em casa.

“Nos grandes centros ainda temos outro problema que agrava a situação, o transporte clandestino, que também tira as pessoas do transporte coletivo e encarece ainda mais o transporte tradicional”, diz.

Mais um complicador no trânsito, explica Silva, é o aumento rápido do número de motos nas ruas. Enquanto há alguns anos elas eram 9% da frota, hoje já são 20%.

Mudar hábitos para melhorar a mobilidade

Lucimar do Carmo
Frederico Marinho: combustíveis limpos e cidadãos conscientes.

A busca de melhorias na mobilidade urbana é preocupação de quem vive nas grandes cidades. Atualmente, a maioria das metrópoles sofre em função de congestionamentos, má qualidade do ar e desperdício de recursos naturais. Entretanto, esses problemas podem ser solucionados, ou pelo menos minimizados, por meio de pequenas mudanças de hábito.

Ontem, em Curitiba, o assunto foi tema da palestra “A eficiência energética a serviço do cidadão – O problema da mobilidade urbana”, realizada pelo gerente de suporte do Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural da Petrobras, Frederico Marinho, dentro do congresso da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Segundo Frederico, a sustentabilidade urbana depende do sistema energético e necessita de atitudes positivas por parte de todos.

“Os agentes que fazem parte dos ambientes urbanos e utilizam veículos automotores têm sua parcela de responsabilidade. Todos devem contribuir para evitar a poluição, que, por sua vez, acarreta danos à saúde e contribui com o efeito estufa”, explica.

Para contribuir com a sustentabilidade urbana, Frederico conta que a Petrobras vem se dedicando à produção de combustíveis considerados mais limpos e que a indústria automotiva tem se preocupado com a criação de motores mais eficientes.

Já aos cidadã,os comuns cabe dirigir de forma consciente e fazer constantes serviços de manutenção nos veículos, como regulagem dos motores. “O uso do transporte coletivo e outros meios alternativos (como carona e bicicleta) também devem ser incentivados”, finaliza.

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