O Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest) realizou ontem, em Curitiba, um curso de capacitação para 22 técnicos que atuam em inspeções a ambientes de trabalho que possuem contaminantes químicos, como o chumbo. Uma das principais formas de contaminação está nos procedimentos incorretos do manuseio das partículas geradas no processo de fundição do metal. Estima-se que o setor possui hoje 1,5 mil trabalhadores em todo o Paraná.

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A capacitação dos técnicos faz parte da iniciativa do governo do Estado de estender o Cest para seis regionais no interior do Estado, o que possibilitará fazer um melhor acompanhamento da saúde dos trabalhadores nas diversas áreas. Ontem os técnicos do Cest tiveram um curso ministrado pela doutora em saúde coletiva, Mônica Bastos Paoliello, pesquisadora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que falou sobre a saúde ambiental e ocupacional na exposição a metais. Segundo ela, o chumbo pode causar problemas no sistema nervoso central. As crianças também acabam sendo vítimas, pois os adultos levam a substância para casa através do cabelo, roupas e botas.

Mas os problemas com o chumbo acabam sendo apenas um entre tantos outros que os trabalhadores enfrentam. Segundo o diretor do Cest, Cezar Benoliel, o número de vítimas fatais no trabalho vem se mantendo estável há uma década – 300 todos os anos – e isto quer dizer que pouca coisa vem sendo feita pela saúde do trabalhador. A extensão do Cest para o interior do Estado tem a finalidade de trazer mais qualidade de vida aos trabalhadores, que vão contar com técnicos capacitados para detectar situações de risco no trabalho. De hoje a sexta-feira outro curso vai tratar sobre metodologias e estratégias de amostragem de riscos físicos, químicos e biológicos, com ênfase na utilização de instrumentos de avaliação.

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