Filtragem do sangue

Técnica de hemodiálise é discutida em Curitiba

Uma técnica de hemodiálise diária, ainda em estudo para implantação no Brasil, pode mudar a rotina dos pacientes com doenças renais obrigados a realizar hemodiálise todas as semanas. O novo procedimento está sendo discutido no XXIV Congresso Brasileiro de Nefrologia, que acontece esta semana, em Curitiba.

De acordo com o presidente do congresso, Miguel Riella, as técnicas atuais não realizam o procedimento de forma completa. “Nossos rins funcionam 24 horas por dia. Como a hemodiálise é feita apenas em três dias da semana, o sangue acumula muitas toxinas que causam a morte dos pacientes, já com o novo procedimento, a filtragem se torna mais constante, equivalendo-se a um rim em perfeitas condições”, explica.

A hemodiálise diária pode ser dividida em dois procedimentos: a diária curta ou noturna. “Na hemodiálise diária curta, o paciente se submete a uma máquina portátil durante duas horas todos os dias. Já na hemodiálise noturna, o paciente utiliza o mesmo equipamento portátil, durante a noite no período de sete horas. Ambos os procedimentos podem ser realizados pelo próprio paciente em casa e sem ajuda médica”, explica Riella.

Para Riella, a principal dificuldade de implantação do sistema no Brasil está no alto custo dos aparelhos. “A hemodiálise diária ainda não tem regulamentação. Acredito que os dois principais empecilhos para o procedimento chegar ao Brasil estão no preço da maquina portátil e nas modificações que precisam ser realizadas no local onde a máquina ficará”, descreve.

Procedimentos

Atualmente, existem dois procedimentos que os pacientes com doenças renais se submetem. A hemodiálise e a diálise peritonial. Na hemodiálise, o paciente fica dependente da máquina, o que traz complicações para aqueles que trabalham.

“Já tive inúmeros problemas para conseguir emprego por causa da hemodiálise. Sempre antes de entrar em qualquer emprego tenho que conversar sobre os dias de tratamento e muitas empresas não aceitam, a nova técnica nos ajudaria muito”, relata o paciente da hemodiálise do Hospital Cajuru Idnei Francisco Schineder, que faz hemodiálise há três anos, três vezes por semana, em períodos de quatro horas na média.

Já a diálise peritonial funciona com a implantação de um cateter peritonial por onde a
dialise é feita atraves de uma bolsa de liquido dialisador e outra de drenagem no paciente, onde são feitas trocas de bolsas do material dialisador com o exesso de liquido . “Com a diálise peritonial, o paciente pode fazer todos os procedimentos em casa. Damos um treinamento para que ele fique apto a realizar sozinho a troca das bolsas de sangue. Essa técnica livra o paciente das máquinas”, explica a assistente social do Hospital Cajuru, Erisleyni Gardim. Por se tratar de um procedimento de alto custo, ainda não existem previsões para implantação da hemodiálise diária no Brasil.

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