TCU aponta obras públicas irregulares no Paraná

Em relatório recentemente encaminhado ao Congresso Nacional, o Tribunal de Contas da União (TCU) aponta 14 obras públicas com irregularidades no Paraná. Dessas, sete são operações rodoviárias do Programa Emergencial de Trafegabilidade e Segurança nas Estradas (Petse) do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit). Porém, problemas como os de reforço das torres do Sistema de Transmissão de Itaipu; de modernização da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar/PR); e da construção de um contorno em rodovia federal de Foz do Iguaçu também são relacionados.

Como explica o secretário-geral do TCU no Paraná, Rafael Blanco Muniz, esse tipo de fiscalização faz parte de um plano de auditoria semestral. De janeiro a junho deste ano, em todo o Brasil, foram fiscalizadas 259 obras. Destas, 89 apresentaram irregularidades graves e 141 outras irregularidades. Apenas 29 não apresentaram problema. ?O objetivo é subsidiar o orçamento do Congresso no que diz respeito à aplicação de verbas para obras em todo o País?, explica Muniz.

Trecho entre Lapa e São Mateus do Sul foi bloqueado ano passado.

Entre as obras com falhas graves, no Paraná são dez, sete delas do Petse. ?O que ficou mais evidenciado foram dois trabalhos. Primeiro as operações de tapa-buraco (Petse) que apresentaram irregularidades em todos os trechos de rodovias que verificamos no Paraná. E o outro foi no contorno rodoviário de Foz do Iguaçu, onde suspendemos o início da execução de uma obra no valor de mais de R$ 110 milhões?, revela o secretário. Muniz explica que da obra em Foz do Iguaçu – construção, pavimentação e restauração do contorno nas BR-277 e BR-469, a irregularidade verificada foi o sobrepreço: dos 200 itens relacionados, vinte estavam superfaturados, num total de R$ 10 milhões. Como medida cautelar o contrato foi suspenso. ?Ou o Dnit ajusta o preço da obra ou ela não será executada?, alerta.

Quanto às irregularidades nas obras do Petse no Paraná são apontadas a falta de projeto, a ausência de contrato, sobrepreço, superfaturamento, falta de qualidade técnica, falta de acompanhamento do Dnit e inclusão de serviços não emergenciais. Segundo o TCU, essa relação de problemas pode significar uma economia em torno de R$ 4 milhões. Segundo Muniz, como medida cautelar foi pedida a suspensão do pagamento dessas obras até que o Dnit esclareça e arrume os preços, inclusive com o desconto de 20% sobre a tabela que, segundo o secretário, estava previsto nas normas de serviço do órgão federal. ?Agora vamos acompanhar a manifestação dos responsáveis e, se persistirem as irregularidades, os responsáveis podem ser penalizados?, afirma Muniz.

Dnit

Em viagem a Brasília, o coordenador do Dnit no Paraná, David Gouvêa, não concedeu entrevista. No entanto, o site oficial do Ministério dos Transportes publicou ontem uma matéria onde o diretor-geral do Dnit, Mauro Barbosa da Silva, afirma que ainda na última sexta-feira, 65 comissões técnicas foram constituídas, em todo o País, ?para análise, avaliação e implementação de ações administrativas e operacionais, visando a correção de qualquer indício de irregularidade apontado pelas fiscalizações do TCU?.

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