O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou ontem um relatório que aponta falhas operacionais e institucionais no Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) em quatro estados: Paraná, Piauí, Tocantins e Mato Grosso do Sul. No Paraná, assim como no Mato Grosso do Sul, o TCU afirma que há fragilidades no sistema de registros de informações sobre a doença, problemas de comunicação entre níveis do governo, falhas na orientação da população e deficiências nas ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O relator do processo é o ministro Valmir Campelo.

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Entre os problemas apontados pelo relatório do TCU, está a atuação deficiente dos agentes de saúde, especialmente em relação à identificação e combate de focos do mosquito e na orientação da comunidade sobre as ações educativas e preventivas.

Já com relação aos supervisores, foi constatado pelo TCU o desconhecimento de informações epidemiológicas da dengue, além de haver quantidade insuficiente de trabalhadores nessa área no Paraná e no Mato Grosso do Sul, o que faz muitas vezes com que municípios pequenos não sejam atingidos pelas ações.

O relatório apontou, inclusive, que a meta de visitas realizadas à população ficou abaixo do necessário. Ainda no que diz respeito ao pessoal que atende a área de saúde, o relatório também revelou que há ?baixa interlocução e articulação da consultora com os técnicos estaduais, que também realizam ações de supervisão da execução do PNCD?.

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O controle do mosquito também é deficiente no Paraná e no Mato Grosso do Sul, segundo o TCU. O relatório revelou que o sistema de pulverização de inseticida para eliminar o Aedes aegypti foi falho em alguns momentos por conta da falta de regulação das máquinas utilizadas.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o relatório do TCU enquanto não tiver conhecimento do documento. No Paraná, seis pessoas já morreram de dengue. Em todo o Estado, já foram confirmados 10.017 casos da doença. Outros 31.553 ainda estão sob suspeita. As últimas mortes aconteceram em Cianorte, região noroeste, e Foz do Iguaçu, no oeste. Dos 10.017, 9.449 são autóctones (adquiridos dentro do Estado). As cidades com maior número de casos são Maringá, Campo Mourão, Umuarama e Foz do Iguaçu.