Cerca de 300 taxistas de Curitiba e da Região Metropolitana participaram na manhã desta quarta-feira (8) de um protesto, seguido por uma carreata na região central de Curitiba. Eles se reuniram às 9 horas ao lado do Museu Oscar Niemeyer, passaram pelo Centro Cívico e foram até a região da Rodoviária de Curitiba, de onde começaram a se dispersar por volta das 11h30. O trânsito ficou complicado em toda região e policiais militares e agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) tentaram organizar o tráfego.
Os taxistas protestaram contra o transporte clandestino de passageiros, realizado por “piratas” – motoristas não autorizados pelas autoridades municipais que transportam pessoas em carros particulares e vans. Além disso, cobraram mais vigilância da Setran, da Urbs, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPtran), do Ministério Público e das prefeituras de Curitiba e São José dos Pinhais.
De acordo com uma estimativa da União dos Taxistas de Curitiba (UTC), há cerca de 800 veículos clandestinos exercendo a atividade na capital e região. Esse problema, de acordo com eles, se acentua nas proximidades de hotéis, centros de convenção e do Aeroporto Internacional Afonso Pena. A prefeitura de Curitiba autoriza a operação de cerca de 3 mil táxis regularmente.
“Não podemos deixar serviços que são prerrogativas de taxistas sejam realizados por pessoas sem a qualificação. Isso pode, inclusive, colocar em risco a vida dos passageiros”, afirmou Paulo Souza, presidente da União dos Taxistas de Curitiba (UTC). “Essa concorrência desleal vem de longa data e precisamos de meios para combatê-la.”
O secretário da União dos Taxistas de Curitiba (UTC), Eduardo Fernandes, afirma que a atuação dos piratas diminui a renda dos taxistas. “Esses veículos particulares sem licença representam uma concorrência desleal e tiram emprego de gente que arcou com custos altos para exercer a profissão. Pedimos multas mais pesadas, que assustem os ‘piratas’ e uma legislação mais severa”, afirmou.
Nesta quarta-feira, mobilizações semelhantes foram organizadas em outras capitais do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e também em Brasília. Na capital paulista, um dos principais pontos foi a discussão do uso do aplicativo Uber, de compartilhamento de caronas.
Para Souza, porém, o aplicativo não é um problema central em Curitiba. “Carona paga é uma contravenção penal e nosso entendimento é que isso ainda não está ameaçando os negócios aqui. A UTC é muito vigilante e se esse aplicativo vier a ser um problema, de fato, daremos a resposta necessária”, disse.