Desde a semana passada, a movimentação da calçada e todos os embarques de passageiros no ponto de táxi do Mercado Municipal, na Avenida Presidente Affonso Camargo, em Curitiba, estão sendo monitorados por câmeras de vigilância.

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A implantação do sistema foi iniciativa dos próprios taxistas que atuam no local. A gota d’água foi o assassinato de um colega de trabalho, no final de novembro, após embarcar dois passageiros no ponto.

As imagens registradas são acessadas via internet pelos próprios taxistas, por comerciantes e até pela Guarda Municipal. “Nós, do ponto, nos unimos e montamos o sistema, que grava 24 horas por dia. Gastamos no total cerca de R$ 3 mil”, revela o taxista Jefferson Borlin de Andrade. Foi dele a idéia de instalar as câmeras.

Preocupados com a segurança, os colegas acabaram aderindo. Todas as imagens captadas são transmitidas via internet a um servidor, que também as grava e as retransmite, em tempo real, para um site.

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O sistema possui três câmeras. Uma está no próprio ponto, filmando de frente os embarques. Outra fica atrás de uma placa de trânsito e flagra praticamente as mesmas cenas, em um ângulo diferente. A terceira é giratória e monitora toda a fila de táxis. Está instalada no prédio do Mercado Municipal.

O taxista Plínio Pontes, o mais antigo profissional do ponto, aprovou o monitoramento. “As câmeras dão uma segurança um pouco maior”, opina. Segundo Andrade, nem só a sensação de segurança aumentou depois que 0o sistema foi instalado.

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“No último sábado já foi pego um ladrão aqui”, informa. Ele conta que as câmeras também ajudaram uma senhora a recuperar uma bolsa que esqueceu em um táxi. Ela tinha embarcado no local, mas em um carro que não era do ponto. Ao procurar os taxistas, eles buscaram as imagens do embarque, identificaram o veículo utilizado e entraram em contato com o proprietário.

Andrade acredita que a idéia é inédita em Curitiba. E não se preocupa se colegas de outros pontos a copiarem: “Se mais taxistas souberem, talvez possam fazer a mesma ação”.

Ele só lamenta que a iniciativa tenha vindo depois do assassinato do colega Nelson Roberto da Silva, cujos autores ainda não foram identificados. “Se tivéssemos as câmeras antes, já tínhamos pego o bandido que o matou.”