Não tem escapatória! A tarifa do transporte coletivo será reajustada até o final do mês, mas não deve passar de R$ 3. A informação foi dada pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT), na manhã de ontem. “O sindicato das empresas afirma que o custo técnico é de R$ 3,10, mas evidentemente não vamos bancar esse preço”, declarou.
Também ontem, o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, protocolou dois ofícios na Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). Um deles solicita a readequação dos valores do convênio vigente, que prevê subsídio de R$ 64 milhões ao sistema integrado de transporte coletivo metropolitano até maio. Porém, como em agosto, por decisão judicial, a Comec foi obrigada a adotar para as empresas das cidades vizinhas o mesmo valor pago às da capital, o custo técnico foi elevado e a prefeitura estima que a verba disponível só “dure” até março. Para garantir o subsídio até maio, seriam necessários mais R$ 17,7 milhões.
Interligação
Já o segundo pedido é para garantir a integração com 13 municípios metropolitanos por, no mínimo, 5 anos. “A tarifa única é um fator de justiça social. Não é subsídio apenas para a capital, mas para a região de maior demanda do Estado”, salientou. A Comec informou que não tinha conhecimento do teor dos documentos e que só poderá se pronunciar sobre a questão na segunda-feira.
Segundo o prefeito, o custo técnico da tarifa está sendo estudado e precisa ser definido ainda neste mês, por causa da data-base dos motoristas e cobradores, que estão em negociações com as empresas de ônibus. “Não é arbítrio nem chute. A partir disso, vamos definir qual será o impacto da tarifa cobrada do usuário. Nosso papel é garantir que a conta não fique só com o usuário”, afirmou. Fruet promete fortalecer o Conselho Municipal de Transporte e, com acompanhamento do Ministério Público, realizar auditoria do sistema de transporte coletivo, trabalho previsto para ser concluído em um ano.
MP defende passageiros
Conforme adiantado no Paraná Online de ontem, o Ministério Público do Paraná informou que, a partir da próxima semana, a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba integrará as negociações entre entre empresas e trabalhadores do transporte coletivo para defender os interesses dos usuários. O MP alega que aproximadamente 50% da tarifa refere-se a gastos com pessoal e, como a categoria pede reajuste salarial de 30%, qualquer aumento acima da inflação (6,63%) seria, em tese, repassado para a tarifa.