Tarifa de ônibus na capital sobe segunda para R$ 1,70

Os usuários do transporte coletivo de Curitiba vão pagar mais caro pela tarifa a partir da 0h de segunda-feira. A decisão foi anunciada ontem à tarde pelo prefeito Cassio Taniguchi, em entrevista coletiva na Prefeitura. Após duas semanas sem se pronunciar sobre o reajuste, o prefeito confirmou que a passagem sobe para R$ 1,70 somente para os usuários do perímetro urbano da capital. Os passageiros que utilizam as linhas da Região Metropolitana continuam pagando R$ 1,65.

Há mais de um mês, o impasse entre a Urbs e Coordenadoria da Região Metropolitana (Comec) persistia. Cassio afirmou que não podia esperar por uma decisão da Comec, por causa do déficit que os cofres da Prefeitura já estariam sofrendo. Mesmo assim, disse que não haverá desintegração do sistema. “Mantivemos a integração do sistema. O que vai acontecer é uma separação financeira. Nada muda para o usuário. Só que agora a Urbs só administra o que for arrecadado em Curitiba. As demais cidades ficarão a cargo da Comec”, diz.

Cerca de 80% dos passageiros utilizam as linhas urbanas. O restante usa as linhas metropolitanas.

O presidente da Urbs, Sérgio Tocchio, ressaltou que isso estava sendo um problema para se conseguir um equilíbrio entre receita e despesas. Ele explicou que o primeiro aumento anunciado (R$ 1,90) seria para atender toda a RIT. Como agora os valores das linhas serão diferenciados, o valor de R$ 1,70 já basta para cobrir as despesas na capital. “Estávamos tendo prejuízo porque as linhas metropolitanas percorrem distâncias maiores, mas têm menos passageiros. Então sempre tínhamos que arcar com o déficit”, ressalta.

Comec

Ainda ontem, o presidente da Comec, Alcidino Bittencourt Pereira, e Edson Luiz Strapasson, secretário de Estado Especial de Assuntos Metropolitanos, se reuniram para definir posição sobre o reajuste determinado. Alcidino considerou a decisão do prefeito intempestiva. “Tudo isso poderia ser discutido mais vezes antes de se chegar a essa decisão. Vínhamos fazendo as análises da planilha de custos e conseguimos firmar uma tarifa de R$ 1,75, R$ 1,80, menor que o valor antes divulgado pela prefeitura”, disse Alcidino.

O presidente da Comec adiantou que o sistema de pagamento às empresas responsáveis pelas linhas metropolitanas será mudado. Em vez de realizar o pagamento se baseando na rodagem dos ônibus, as tarifas pagas servirão de referencial para o acerto. “É um problema estrutural. Essa crise já estava para acontecer e temos que repensar todo o sistema de transporte da cidade e RMC”, alerta.

Para Cassio, não terá greve

O prefeito Cassio Taniguchi afirmou que com o reajuste no valor das tarifas da linha urbana, será possível atender às reivindicações do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc), que pede reposição salarial e plano de saúde ambulatorial. “Sem dúvida o reajuste vai contribuir para que eles trabalhem normalmente”, garantiu. Cassio também disse que depois das reclamações dos usuários da linha do ônibus Inter 2 sobre lotação nos terminais, novos veículos serão colocados em funcionamento até o final do ano.

De acordo com Cassio, os ligeirinhos serão substituídos por biarticulados para atender a enorme demanda de passageiros em algumas das linhas. “Estamos atentos às necessidades dos usuários. Os novos ônibus irão atender grande parte da população, que está tendo dificuldades com os veículos atuais. Com os biarticulados, o espaço dobra”, completou o prefeito.

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