A tarifa técnica de R$ 2,45, anunciada pela prefeitura de Curitiba para o metrô, causa polêmica porque fica bem abaixo da tarifa técnica da Rede Integrada de Transporte (RIT) da capital e municípios vizinhos, estimada em R$ 2,99 e, que com subsídios da prefeitura e Estado, resulta em passagem de R$ 2,70 aos usuários de ônibus. Pelos cálculos do Setransp (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana), o valor de R$ 2,45 “não pode ser real”, pois se forem acrescidos os custos da integração – já que 90% dos passageiros a utilizam – a passagem do metrô pode chegar a R$ 7,85, dependendo do trajeto.
“Quem tomar um ônibus em Bocaiúva do Sul, passando pelos terminais Maracanã (Colombo), Santa Cândida, Cabral, Pinheirinho, Fazenda Rio Grande e chegando em Mandirituba, num percurso aproximado de 100 quilômetros, paga uma única passagem de R$ 2,70. Já com a inclusão do metrô, com os 17 km previstos, este mesmo deslocamento (de Bocaiúva do Sul até Mandirituba) teria duas paradas, sendo uma no terminal Cabral, onde tem início o metrô, e outra no Pinheirinho, onde termina”, cita o Setransp, em nota.
Integração
A alegação do sindicato é que no custo das passagens de ônibus que percorrem 12.536.713 quilômetros por mês estão embutido os valores da integração com a região metropolitana e as despesas com limpeza, vigilância e conservação das estações tubos e terminais, que não estariam fazendo parte do cálculo divulgado pela administração para a tarifa do metrô.
Provocação
A prefeitura informou que “não responderá à provocação do Setransp e espera que não sejam esses os parâmetros de cálculos sugeridos pelo sindicato para o reajuste da tarifa de ônibus em fevereiro.
Segundo a administração municipal, “todas as informações relativas ao processo de implantação do metrô estão disponíveis na internet e há uma consulta pública em curso, justamente para que sejam sanadas quaisquer dúvidas a respeito”.