Fotos mostram cotidiano de paquistaneses e afegãos. |
Às vésperas do primeiro aniversário do ataque terrorista ao World Trade Center, nos EUA, uma visão do cotidiano no Afeganistão ? que ficou marcado para o Ocidente como o país que abrigou o suposto mentor do ataque, Osama Bin Laden ?, passa a ser mostrada em Curitiba. Trata-se da exposição Olhares, do repórter fotográfico Leandro Taques, que será aberta na segunda-feira (9), às 20h, na Pinacoteca do Clube Curitibano. A exposição, que também retrata o cotidiano dos paquistaneses, segue até o próximo dia 21.
Em 25 dias e 600 km de andanças entre as capitais Islamabad (Paquistão) e Cabul (Afeganistão), numa viagem recente, Leandro Taques, que teve a companhia do jornalista Júlio César de Lima, captou em mais de 1.500 imagens fotográficas, das quais trinta selecionadas para a exposição, a condição de vida dos dois povos. Para isso, a dupla visitou campos de refugiados, áreas tribais, líderes comunitários e políticos, vilarejos e comércio.
No trecho paquistanês, é retratada a realidade de um país pobre, obrigado a refugiar quatro milhões de afegãos que vêm cruzando a fronteira nos últimos vinte anos fugindo, primeiro da invasão soviética, e, depois, do Talibã.
No trecho afegão, um cenário de destruição, pobreza e incerteza quanto ao futuro do país que, por ora, está protegido pelas forças internacionais. Estas forças se alojaram por todo o território depois de destituir o regime fundamentalista do Talibã, que abrigava a organização terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden.
Em meio a tudo isso, moradores que vivem na incerteza quanto ao seu futuro, mas, sobretudo, com esperança. “A exposição mostra bem isso. De um lado, expressões de medo, angústia e de sofrimento pela condição na qual vivem. Por outro, olhares que exprimem a mais pura esperança quanto ao fim de guerras e de opressões”, diz o repórter fotográfico.
O fotógrafo também conseguiu captar uma realidade que destrói um pouco os conceitos estabelecidos no Ocidente de que no Oriente o povo só quer saber de guerra. “No dia-a-dia deles vemos um povo bom, que sofre muito e que tem mais medo da gente do que a gente possa ter deles. São em geral hospitaleiros e curiosos”, explica Leandro Taques.
Para dar ainda mais realismo ao tema da exposição, na abertura haverá show do músico Ângelo Esmanhotto, que usa instrumentos do Paquistão, Afeganistão e Índia.
Serviço: A exposição ficará aberta ao público a partir de terça-feira, das 18h às 21h, de segunda a sexta-feira, e das 10h às 16h, aos sábados e domingos, na Pinacoteca do Clube Curitibano. Entrada livre.