Motoristas e cobradores de Londrina decidiram suspender a greve deflagrada anteontem na cidade depois que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) exigiu, via liminar, que os trabalhadores dispusessem um contingente mínimo para atendimento à população. Hoje, a categoria promete recolocar nas ruas todos os ônibus, mas avisa que mantém o estado de greve e, no caso do não-atendimento a suas reivindicações, pode haver nova paralisação.
Ontem de manhã houve tumulto em frente a uma das empresas que operam o transporte no município, a Grande Londrina. O sindicato patronal (Metrolon) decidiu convocar a polícia para tirar os ônibus da garagem. Alguns motoristas entraram na empresa, dispostos a trabalhar, enquanto outros tentavam impedi-los. Os danos materiais foram considerados pequenos, apenas alguns pára-brisas de ônibus foram quebrados. ?Até as 9h, conseguimos colocar 80 dos 380 carros para rodar?, contou o secretário do Metrolon e gerente da Grande Londrina, Gildalmo de Mendonça. Para ele, a resistência dos trabalhadores só acabou mesmo depois que foram comunicados, à tarde, da liminar expedida pelo juiz Altino Pedrozo dos Santos, do TRT – que obrigava a 50% da frota nos horários de pico circulando sob pena de multa de R$ 20 mil ao dia, em caso de descumprimento.
Depois de uma assembléia à tarde, os trabalhadores decidiram que seria melhor cumprir a decisão e resolveram voltar aos poucos ao trabalho. De acordo com o secretário do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Londrina (Sinttrol), Ivenildo Alves, foi dado prazo de dez dias às empresas para que apresentem novas propostas para negociação. ?Mas desde que não sejam aquelas que já foram colocadas?, delimitou o sindicalista. Até lá, não deve haver nova paralisação. Ele prometeu também que hoje todos voltam ao trabalho normalmente, mantendo apenas o estado de greve.
O posicionamento dos trabalhadores, no entanto, ainda deve gerar impasses entre eles e as empresas, uma vez que o sindicato patronal pretende manter o índice de reajuste que já havia proposto – de 4%, contra os 6,5% exigidos pelos motoristas e cobradores – e não deve voltar atrás no que se refere à retirada dos cobradores nas linhas menos movimentadas no período da noite e aos domingos, medida rejeitada pelos trabalhadores.