O Ministério Público do Paraná está investigando suspeita de fraude na troca do sistema de bilhetagem eletrônica das linhas metropolitanas integradas de Curitiba. Os novos validadores entram em operação a partir de 6 de agosto. A gestão será de uma associação ligada às viações, o que na prática agora as coloca como as responsáveis em repassar dados do sistema ao governo do estado. A denúncia expõe o risco de que essas informações sejam manipuladas pra justificar reajustes tarifários.

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O promotor Paulo Ovídio dos Santos Lima, da promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, recebeu o caso no último dia 1.º. Os novos equipamentos são da Transdata, mas a gestão da bilhetagem será da Metrocard, associação formada pelas viações e presidida por um parente do proprietário da Expresso Azul. O caso chegou à mesa do promotor por denúncia anônima. Ela foi aceita em razão do risco de que os dados sejam manipulados.

Brasília

Na capital federal, o Tribunal de Contas entendeu que a Transdata não deveria ser a fornecedora dos validadores por causa do seu vínculo com as operadoras do transporte brasiliense. O TC-DF apontou falhas técnicas, como a existência de 4.938 cartões de passe livre estudantil em duplicidade e o uso excessivo de cartões de pessoas com deficiência física (dezenas de vezes em poucos segundos).

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No sistema de transporte público de Curitiba e da região metropolitana, o passageiro com direito à gratuidade é considerado dentro da matriz de cálculo da tarifa. Ou seja, mais usuários gratuitos justificam o aumento do valor cobrado na catraca.