O programa Rodando Limpo já reciclou mais de 1,5 milhão de pneus em três das principais regiões metropolitanas do Sul – Curitiba, Joinville e Londrina – em apenas seis meses, e por isso será um caso prático exposto em São Paulo, hoje, no seminário Política Nacional de Resíduos Sólidos, realizado pela Mission Desenvolvimento Profissional, no Auditório Pontes de Miranda.
A apresentação, seguida de debates, será feita pelo criador do programa, o empresário curitibano Francisco Simeão, também representando a posição da Abip (Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados), que ele preside. Um questionamento que ele já antecipa é o das razões pelas quais o Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, na sua opinião, não faz cumprir e até tenta modificar a resolução sobre a chamada contrapartida ambiental, do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente.
“Agora, sim, é que muitos deixarão de cumprir sua obrigação ambiental, com grave prejuízo para a Saúde Pública e o Meio Ambiente. Com a recente Instrução Normativa n.º 08, que o Diário Oficial da União publicou no último dia 20 de maio, vai bastar ao importador de pneus que apenas declare haver cumprido a chamada contrapartida ambiental e que mantém comprovação disso em seus arquivos”, afirma Simeão, cuja empresa remoldadora de pneus, a BS Colway, na região metropolitana de Curitiba, garante haver coletado até o início deste mês exatamente 1.501.745 pneus inservíveis.
O destino dado a esses pneus é a queima como agregado ao minério de xisto pirobetuminoso da usina da Petrobras em São Mateus do Sul, a 180 km de Curitiba, gerando gás e óleo combustível. Os pneus são vendidos à fábrica da BS Colway por sucateiros e catadores de papéis, e passam ali por uma máquina picadora que os reduz a pedaços de cerca de 8 cm2. “Esse processo, além de preservar as reservas de xisto, gerou um aumento de 11,8% na produtividade da usina”, argumenta Simeão.