As curitibanas ainda desconhecem a endometriose. É o que revela pesquisa realizada em junho pela Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) com 750 mulheres com mais de 18 anos da capital. Apenas 28% das entrevistadas no estudo responderam corretamente o que é a doença enquanto 23% associaram os sintomas do problema às cólicas menstruais. Em todo o País cinco mil mulheres participaram da pesquisa, revelando que 55% das brasileiras ainda não conhecem a endometriose.
A estimativa é que uma em cada 10 mulheres tenha a doença, considerada uma das principais causas da infertilidade e que está relacionada ao aparecimento do câncer no ovário, além de causar fortes dores na região pélvica. O desconhecimento da endometriose acarreta ainda a demora no diagnóstico, em que as mulheres convivem por anos com as dores, achando que ter cólica é normal. Os especialistas estimam que entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico passam em média sete anos.
“A demora reflete que a paciente acha os sintomas normais e que o médico às vezes demora para definir o diagnóstico”, alerta o presidente da SBE, Maurício Simões Abrão. Enquanto a endometriose não é diagnosticada, os médicos destacam que a qualidade de vida das pacientes é prejudicada por conta da dor, que as impede de realizar atividades sociais. O problema afeta inclusive o desempenho no trabalho, além de causar incômodo durante as relações sexuais e trazer também consequências psicológicas.