Por mais que algumas pessoas tentem fugir, não há como negar que o clima de final de ano mexe com a sensibilidade das pessoas. Famílias, empresas e milhares de anônimos se mobilizam para arrecadar produtos para repassar aos menos favorecidos. Mas ao contrário do que a grande maioria pensa, nem só quem recebe se beneficia. A solidariedade também torna a vida de quem doa mais saudável.
?O simples gesto de doar alguma coisa rompe o egoísmo e o medo e, por pequeno que seja, pensar de forma diferenciada e ver o outro como semelhante traz um benefício muito grande?, afirma a psicóloga especialista em neuropsicologia e educação, Eliane Lutfi. Segundo ela, a solidariedade deixa as pessoas mais alegres e otimistas.
?Quando uma pessoa ajuda a outra, ela imediatamente se distancia de seus problemas, porque observa que a dificuldade do outro é maior que a sua?, afirma psicóloga, Irene Vaz Ambrosio. Ela acrescenta que isso pode lhe ajudar a resolver suas dificuldades e problemas mais facilmente.
Mas a solidariedade tem uma validade ainda maior quando ela transforma. Por isso, ela não deve ser encarada apenas como uma ação para incentivar o consumo. ?O ato de doar não pode ser desprovido de responsabilidade. Ele precisa contribuir para transformar a pessoa?, diz Eliane Lutfi.
Exemplo
Há quatro anos os funcionários da empresa Gulin Consórcios resolveram ajudar crianças carentes de uma escola de Colombo. A iniciativa teve resultados tão positivos, que hoje isso se tornou uma ação permanente dentro da empresa. Cada setor define quanto irá arrecadar em roupas, alimentos, brinquedos ou livros, e trabalham para atingir esses números. A ação, além de melhorar as condições da escola, vem motivando os funcionários.
A diretora da escola municipal Arlindo Andretta, Irace Strapasson, comenta que a ajuda dos funcionários da empresa é muito importante na vida das crianças. ?Nas datas comemorativas nós sempre podemos contar com a ajuda, e isso faz a diferença para as crianças, que na maioria das vezes, só recebem o presente da escola?, disse.
Missa do Galo reúne fiéis para celebrar o Natal
Cintia Végas
O verdadeiro significado do Natal veio à tona, no final da tarde e no decorrer da noite de ontem, nas igrejas e paróquias de Curitiba e municípios da região metropolitana. Como acontece todos os anos, no dia 24 de dezembro, muitas pessoas deixaram um pouco de lado o conforto de suas casas para participar da tradicional Missa do Galo.
Segundo o pároco do Santuário Nossa Senhora do Carmo, localizado no bairro Boqueirão, Luiz Alberto Kleina, a Missa do Galo surgiu no século V entre os católicos romanos. Mais tarde se espalhou e virou uma tradição entre os católicos de todo o mundo. É assim chamada porque, segundo uma lenda cristã, na noite em que Jesus nasceu, um galo teria cantado anunciando a chegada do Messias.
Até alguns anos atrás, a Missa do Galo era tradicionalmente realizada à meia-noite do dia 24. Atualmente, por causa de mudanças culturais, ela vem acontecendo mais cedo, geralmente já a partir das 18h. Isso se deve ao fato de que muitas famílias costumam passar a virada do dia 24 para o dia 25 em ceias natalinas ou festas com troca de presentes. ?No passado, a missa acontecia à meia-noite para que toda a comunidade passasse o Natal unida. Hoje, com a introdução da ceia, isso já não acontece mais. Entretanto, a Missa do Galo contribui para que as pessoas deixem um pouco de lado o consumismo e se voltem para o real significado do Natal, que é a celebração do nascimento de Jesus?, comenta Kleina.
A Missa do Galo, de acordo com o padre, é uma celebração festiva, jubilosa e de caráter solene. Em seu decorrer, as velas do advento são mantidas acesas e é cantado o cântico da Glória.