O penúltimo dia de 2005 foi agitado e muito movimentado nas praias do litoral paranaense. Apesar do feriado de réveillon ser curto e boa parte das pessoas ter que trabalhar na segunda-feira, muita gente não abriu mão de passar a virada do ano perto do mar.
Durante todo o dia de ontem, nas praias de Matinhos e Caiobá, a disputa por um espaço na areia ou mesmo no calçadão era grande. Porém, nada acabava com o bom humor dos veranistas. Depois de vários dias nublados, o sol apareceu, fazendo a festa de adultos e crianças. "É ótimo passar o Ano Novo no litoral. Mesmo que o tempo não esteja tão bom ou tenha bastante gente. Sempre vale a pena descer a serra do mar", afirmou o casal Paulo Falco, que ontem de manhã aproveitou a ausência de chuva para fazer caminhadas no calçadão de Caiobá. Ele e a sua esposa Nina viajaram antes do Natal e devem retornar para Curitiba na segunda-feira.
A funcionária pública Ana Maria de Souza, que mora em Maringá e também vai curtir o réveillon em Caiobá, se disse um pouco incomodada com a grande quantidade de gente no litoral nesta época do ano. Porém, apesar de ter que chegar na praia cedo para conseguir um bom lugar na areia e vaga para estacionar o carro, ela revelou preferir passar a virada do ano em meio ao agito de veranistas do que em uma cidade vazia. "Apesar do tumulto, está dando para descansar e relaxar um pouquinho. Não abriria mão de estar aqui, mesmo com todo movimento", comentou.
Nas duas praias, a grande maioria das casas de veraneio estava aberta e aparentemente lotada de pessoas. Os campings também estavam cheios. Porém, a falta de vagas não desanimou algumas pessoas, que sem encontrar hospedagem a preços acessíveis, resolveram improvisar acampamentos na beira-mar. Foi o caso da confeiteira Tânia Mara Bueno, que junto com quatro familiares montou uma barraca de lona na beira-mar de Matinhos. "Viemos de Ponta Grossa, não achamos nada com bom preço para alugar, mas não vamos voltar para casa antes da virada do ano. É difícil acampar na beira-mar, principalmente porque a todo momento temos que pagar para utilizar o banheiro de estabelecimentos comerciais e não temos como cozinhar."
Comerciantes
Quem comemora o grande movimento são os comerciantes, que estão vendo seus rendimentos triplicarem. Com o objetivo de conquistar clientes, o vendedor de algodão doce Josimar Moreira Quadro tem disposição até para vestir uma fantasia quente e caminhar com seus produtos sob o sol forte. "Desde o Natal, tenho vendido entre setenta e oitenta algodões doces por dia. Estou lucrando cerca de três vezes mais do que em outras épocas do ano." Cada doce de Josimar é vendido por R$ 1,50.
O movimento no restaurante e lanchonete da empresária Maria Aparecida dos Santos, localizado em Caiobá, é tanto que ela até contratou oito funcionários temporários. Normalmente, o estabelecimento tem apenas dois atendentes. "O movimento da temporada acaba valendo pelo ano todo. Os clientes começaram a aparecer com força total no Natal e espero que continuem a vir até o carnaval."