Software livre viabiliza telecentros

Além do acervo de 450 mil livros, a Biblioteca Pública do Paraná ganhou um novo aliado para levar informação, cultura e serviços a seus visitantes. Desde o início de outubro, a biblioteca abriga um telecentro com seis computadores ligados à internet e que ficam à disposição dos visitantes para acessar gratuitamente todos os serviços da rede.

O telecentro ainda não foi oficialmente inaugurado, mas já tem recebido cerca de 80 visitantes por dia, principalmente jovens e adultos que querem trocar e-mails, procurar empregos na rede ou acessar serviços como a declaração de isento da Receita Federal. Este telecentro e os outros cinco que a Secretaria de Assuntos Estratégicos (Seae) e a Companhia de Informática do Paraná (Celepar) já instalaram no Estado são exemplo de sucesso da utilização de softwares livres em serviços para a população.

O projeto dos telecentros se tornou viável porque são usados apenas esses programas, que dispensam gasto com licenciamento. Os micros da biblioteca, por exemplo, têm sistema operacional GNU/Linux, suíte Open Office e browser Mozilla.

Segundo dados da Celepar, graças ao uso de softwares livres o custo de implementação de um telecentro cai de R$47,9 mil para R$ 27,5. “Com esses softwares podemos aproveitar computares que estão defasados para programas proprietários e mais pesados”, explica o coordenador de Atendimento da Celepar, Afonso Machado Newton Neto. O projeto de telecentros no Paraná segue a aposta do governo federal na dobradinha softwares livres e telecentros como principal ferramenta para inclusão digital.

Conferência

As oportunidades oferecidas pelos softwares livres em iniciativas públicas e privadas serão discutidas durante a Conferência Internacional Software Livre Brasil, que será realizada nos dias 5, 6 e 7 de novembro em Curitiba. A conferência promete ser o maior evento do gênero na América Latina, reunindo alguns dos maiores gurus internacionais do software livre, como Richard Stallman, o pioneiro criador do Projeto GNU e da Free Software Foundation, e Jon “Maddog” Hall, presidente da Linux Internacional.

Conselho de Informática

A primeira reunião do novo Conselho de Informática do Paraná – CEI, foi realizada ontem na Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos. O Conselho tem a atribuição de elaborar uma política de informática para o Paraná. Participaram os secretários de Estado de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, e do Planejamento, Eleonora Fruet, além do presidente da Celepar, Marcos Mazoni, e representantes das Secretarias Ciência e Tecnologia, Indústria e Coméricio, Sanepar, de empresários e do sindicato de trabalhadores da área.

Para cada tema de importância, será criado um grupo de trabalho com a participação de representantes de entidades representativas que compõem o Conselho e convidados. Representantes do empresariado saudaram a iniciativa, afirmando que o Paraná carecia de um direcionamento para os investimentos em desenvolvimento e pesquisa.

Foram explicadas ainda as funções da Comissão Estadual de Sistemas de Informática e Telecomunicações -Cosit, que tem o papel de orientar, definir, promover e coordenar a área para a administração direta e indireta de governo. Já o CEI deve articular com o governo estadual, a iniciativa privada, academia, para o desenvolvimento do Paraná no setor. Enquanto o Cosit cuida da administração pública estadual, o CEI integra os setores da economia ligados à área.

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