O fim de semana é só alegria na Praça Oito de Março, no Jardim Oswaldo Cruz II, da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Torneios de futebol atraem espectadores e lotam a praça e o comércio ao redor. Mas o pior resultado desses jogos só vem no começo da semana: papéis de bala, copos, garrafas de refrigerante e de cerveja, carteiras de cigarro, pacotes de salgadinho e latas por todo o lado.

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Por mais que muitos moradores – como Anésio Furlan, mostrado pela Tribuna nas últimas semanas, que sempre que pode junta o lixo da praça e poda o mato se esforcem para manter o bairro impecável, semana vai, semana vem, e a praça volta a ficar suja.

Pelo menos uma vez por semana, Alcindo Correa dos Passos, de 68 anos, que mora na Vila Resistência, vai à Praça Oito de Março para fazer exercícios na academia ao ar livre. Ele não gosta de encontrar os materiais jogados por ali. “Quando ando em algum lugar, procuro sempre uma lixeira para jogar o lixo, mas nem todo mundo pensa assim, né?”, lamenta. “Limpeza é tudo, até para a saúde é bom”.

 Felipe Rosa
Alcindo procura lixeiras.

A técnica de enfermagem Valéria Ribeiro da Rocha Pacheco, 25, faz caminhadas diariamente na praça e considera que o lixo prejudica a imagem do bairro. “Quando tem torneio, principalmente, o pessoal consome no bar e joga. Fica feio o ambiente, fica desagradável”, afirma. Apesar do problema, Valéria diz que não troca o bairro onde mora. “Nasci, cresci e casei aqui. Gosto da localização, por ter tudo perto”.

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Entulhos

 Felipe Rosa
Para Valéria, ambiente fica feio.

Em algumas voltas pelo conjunto Oswaldo Cruz II, a Tribuna encontrou entulhos de construções em algumas calçadas. Morador há 30 anos do bairro, Altamiro José de Andrade, 60, fica incomodado com a situação. “Eu quando faço alguma coisa em casa, se é grande chamo a prefeitura, que normalmente vem no dia seguinte. Se é pouca coisa, eu mesmo junto e deixo arrumadinho para o lixeiro pegar”, conta.

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Vândalos deixam marcas

O muro da loja de Marcia Regina Ramos, na Rua Diógenes Dechaux Stori, estava recém-pintado quando recebeu novas marcas de vândalos. “Acho um absurdo, porque meu pai vive pintando. Ele arrumou porque estava horroroso, agora vai esperar um pouco para pintar de novo”, diz. “A casa ao lado fez muro de cerâmica para evitar pichações, mas não adiantou”, conta Marcia. Segundo ela, as pichações são feitas muitas vezes à luz do dia. “Acho ridículo. Prejudica o comércio e a nossa imagem”. Muitos muros do conjunto Oswaldo Cruz II foram grafitados, com desenhos artísticos, para evitar a ação dos vândalos. “Eles fazem o grafite para conter, muitos artistas pedem; mas não adianta muita coisa”, avalia Valéria.

 Felipe Rosa
Pichações, que prejudicam imagem do bairro, feitas até durante o dia.