Só adote um animal se tiver condições

Conscientizar a população para somente pegar animais de estimação se realmente tiver condições, como disponibilidade de tempo e muita paciência. Este foi o objetivo da organização SOS Bichos ao promover ontem uma passeata pelo centro de Curitiba. O evento reuniu muitas pessoas na Boca Maldita, que puderam ver fotos de maus tratos contra os bichos e conhecer alguns cachorros que moram na Sociedade Protetora dos Animais (SPA) – entidade que recolhe cães e gatos abandonados pela cidade.

A presidente da SOS Bichos, Rosana Gnipper, conta que 96 mil animais moram nas ruas de Curitiba. Isso é reflexo do abandono e da não-castração dos bichos. “São ninhadas e mais ninhadas todos os anos. É preciso criar uma regulamentação que credencie os animais e os criadores. Além disso, a população necessita de campanhas de educação constantes de esterilização. O que é feito hoje não é suficiente. Não adianta somente criar abrigos para colocarem os animais porque não vai resolver o problema”, avalia. Ela revela que existem dois locais na Região Metropolitana de Curitiba que abrigam os bichos abandonados: a SPA, que cuida de 850 animais, e uma chácara em Campo Magro, com mil cachorros e gatos.

Os motivos do abandono são diversos, mas o principal é perder o entusiasmo em abrigar um novo ser em casa. Primeiro os donos acham bonitinho, mas depois enxergam a necessidade constante de cuidados. Assim, resolvem soltar os bichos nas ruas. “Ter um animal em casa é igual cuidar de um bebê. Você precisa ensinar tudo, com muita paciência. Os candidatos a dono devem oferecer local adequado, ter tempo para o animal e possuir condições financeiras, pois ele necessita de banhos, consultas no veterinário, vacinas, entre outros. Se não reúne esses quesitos, é melhor nem pensar em ter um”, comenta Rosana.

As pessoas que passaram pelo calçadão da Rua XV de Novembro ficaram impressionadas com as fotos expostas sobre os maus tratos em animais, tanto em experiências científicas como na própria casa. Os interessados também deram atenção ao cão Pelé, que vive na SPA. Ele foi atropelado e não pode usar as patas traseiras. Para se locomover, usa uma cadeira de rodas desenvolvida pela entidade. “Ele pula, sobe escada, brinca muito. Se fosse para o Canil Municipal, seria um dos primeiros a ser sacrificados. Estamos mostrando que há alternativas além da câmara de gás (onde os animais capturados sofrem a eutanásia)”, explica Rosana.

Serviço – Mais informações, denúncias e orientações na SOS Bichos pelo telefone (41) 352-0292 ou no e-mail sosbichos@uol.com.br. Doações para a Sociedade Protetora dos Animais podem ser feitas no telefone (41) 256-8211.

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