Foto: Arquivo/O Estado |
Faltam banheiros adaptados. continua após a publicidade |
A principal reivindicação das pessoas com deficiência é acessibilidade. Em Curitiba, porém, aos poucos as barreiras são vencidas. "Se comparada com várias cidades do País, Curitiba está muito à frente em relação à acessibilidade", afirma o presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, Mauro Nardini. No entanto, ele diz que não é o suficiente: falta critério e consciência.
No Paraná, atualmente vivem cerca de 300 mil deficientes, 73 mil somente em Curitiba. Um pouco mais de mobilidade já seria garantida a essa parcela da população com simples adaptações em banheiros públicos. Segundo a Prefeitura, as 168 escolas municipais possuem banheiros adaptados. Os parques Barigüi, das Nascentes e do Atuba também disponibilizam; assim como as praças Osório e Rui Barbosa, a Rua 24 Horas, o Largo São Francisco e os 22 terminais rodoviários.
No entanto, falta a esses equipamentos urbanos uma devida adaptação. "Essa questão de banheiro é muito importante. Às vezes deixo de ir ao centro com minha esposa porque não vou encontrar um banheiro adaptado. Falta muito e quando há, as adaptações não seguem a ANBR 9050 (normas de 2003, que regulamentam os padrões de acessibilidade a espaços e equipamentos urbanos)", reclama Nardini.
Barras mal adaptadas, descargas difíceis de serem premidas, ausência de pia e falta de espaço para manobra e para transferência são alguns dos problemas. "Faltam pequenos detalhes, fáceis de serem visualizados e que constam, todos, detalhados na ANBR", reclama.
Na rua
O Estado esteve em quatro espaços públicos para verificar as condições dos banheiros para deficientes. Na Praça Carlos Gomes, não há. No banheiro da Rodoferroviária existem oito banheiros de uso exclusivo: o vaso tem a altura indicada, há os espaços necessários, mas a descarga é dura de ser pressionada e não há uma pia dentro do box, caso o usuário tenha necessidade de lavar as mãos para manusear os equipamentos que utiliza, como a sonda. No caso do Terminal Guadalupe, a porta abre para dentro, quando o indicado é o contrário. Além de sujo, o espaço é utilizado como depósito de material de limpeza e também é usado por funcionários. A descarga também é dura e, entre as barras, não há espaço para transferência e o vaso é mal posicionado e não tem altura correta. O único banheiro adequado encontrado foi o da Praça Osório.
"A consciência ainda está muito dispersa. O que a gente precisa é impor que acessibilidade é uma cultura. Precisa ser cobrada não só por pessoas com deficiência, mas por todos e toda hora", diz Nardini.