Situação crítica no Hospital São José

Os 220 funcionários do Hospital São José, em São José dos Pinhais, pretendem tentar alguma medida jurídica contra a demissão coletiva anunciada ontem. Em último caso pode haver greve. A diretoria deu ontem aviso prévio para todos eles, já que não chegou a um acordo com a Prefeitura sobre repasse de verbas para manutenção da instituição.  

Ontem um novo provedor, Cristian Bundt, assumiu pelo prazo de 15 dias, prorrogável por mais 15, com o intuito de negociar. Caso não haja resultados, todos os funcionários serão mandados embora e o hospital fechado. O hospital tem 123 leitos, sendo 80 abertos, mas apenas 22 pacientes estão internados. A maternidade foi fechada na semana passada por falta de pediatras.

Na noite da última segunda-feira, seis empresários que dirigiam o hospital há 15 meses entregaram seus cargos ao Conselho Deliberativo da entidade. Este, por sua vez, nomeou novos provedor e vice-provedor à instituição. ?O São José precisa de pelo menos R$ 300 mil mensais para continuar funcionando. Há 15 meses, quando o assumimos, ele estava em situação de pré-falência, com 194 títulos protestados e contas atrasadas. Resolvemos isso, mas a remuneração repassada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) não cobre os custos dos procedimentos?, disse o ex-provedor Ivan Rodrigues. ?Nos últimos meses, 85% dos atendimentos da instituição foram para o SUS?, explicou.

Greve

Em reunião ontem à noite com o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região Metropolitana (Sindesc), a diretoria não voltou atrás nas demissões. Um terreno pertencente à entidade seria vendido para pagamento de verbas rescisórias. Segundo o novo vice-provedor Ernesto Rodolfo Wiens, que também é presidente da Associação Comercial, Industrial, Agrícola e de Prestação de Serviço de São José dos Pinhais, a idéia é que não sejam realizadas novas internações. ?Amanhã (hoje) vamos nos reunir com a direção do sindicato e na quinta-feira realizar uma assembléia com a categoria. Não sei se o caminho é greve?, explicou a presidente do Sindesc, Isabel Gonçalves.

O prefeito de São José dos Pinhais, Leopoldo Meyer (PSDB), garantiu que quer diálogo com os novos provedores e com o Estado para que seja possível elaborar um projeto de reabertura do pronto-socorro. Meyer afirmou que há previsão de R$ 150 mil mensais no orçamento do município para o hospital, mas que ?não fecha questão quanto a aumentar este valor? caso haja um projeto. ?Para aplicar o dinheiro público é preciso primeiro um plano?, justificou. Segundo ele, não havia diálogo sobre a reabertura do pronto-socorro com os antigos provedores. 

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