Anderson Tozato |
Fiorini defende a técnica, que já é utilizada nos EUA. |
Sismógrafos (aparelhos que detectam terremotos) podem ajudar a combater a fuga em presídios ou, ainda, auxiliar na proteção da fronteira. A idéia é do delegado João Alberto Fiorini, do Serviço de Registros Policiais para Investigações da Agência de Inteligência da Polícia Civil do Paraná.
Com o aparelho, seria possível detectar quando presos começassem a cavar túneis, por meio de ondas captadas embaixo da terra. Para isso, seria preciso colocar geofones – parte integrante do sismógrafo – na terra. ?Os geofones também poderiam ser enterrados em volta dos presídios, todos interligados a uma central, com apenas um sismógrafo?, explicou o delegado.
Integrado a câmeras de segurança e alarme dos presídios, os geofones poderiam acionar um pedido de reforço e conter a ação dos criminosos. De acordo com Fiorini, o sismógrafo já é utilizado pelos Estados Unidos para proteção na fronteira com o México, para captar movimentos de automóveis e pessoas.
Os aparelhos testados por Fiorini são do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com o qual o delegado fez uma parceria. A parte de testes, monitoramento de escavações e possível implantação poderia ser de responsabilidade da UFPR, de acordo com o professor e coordenador do Laboratório de Pesquisas em Geofísica Aplicada da UFPR, Francisco Ferreira. ?São análises complexas, mas que nos dispusemos a estudar. A partir do ano que vem, montaremos uma equipe envolvendo alunos de graduação, mestrado e doutorado?, contou o professor.
Combate ao tráfico
O delegado Fiorini também pretende combater o transporte submarino de armas e entorpecentes. ?Tive a idéia depois do caso do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, que possuía uma frota de pequenos submarinos para transportar cocaína do México para os Estados Unidos. Só na primeira viagem, ele transportou, sozinho, 10 toneladas de cocaína?, explicou. Pensando nisso, Fiorini testou o uso de um magnetômetro, aparelho utilizado para captar campos magnéticos. Segundo o delegado, usualmente, o aparelho é utilizado para encontrar petróleo em grandes profundidades.
As idéias do delegado paranaense serão apresentadas em um seminário sobre soberania e proteção nacional do Exército, em abril de 2008, em Belo Horizonte (MG).