Sírios trocam festa por um protesto

No dia em que a Síria comemorou sua independência, na quinta-feira, as comunidades síria e árabe de Curitiba se reuniram na Praça Hafez Assad, bairro Portão, para protestar contra a guerra e a possibilidade de os Estados Unidos invadirem aquele País. O ato também lembrou às vítimas do confronto com o Iraque, inclusive civis e os jornalistas.

Segundo o vereador Paulo Salamuni, de descendência síria, foi a primeira vez que a comunidade comemorou a datda em forma um protesto na praça, que foi inaugurada ano passado e leva o nome de um líder sírio. “Trocamos os jantares e as danças folclóricas para protestar contra o imperialismo americano. Viemos pedir paz para os 22 países árabes”, afirmou. Na próxima sexta-feira, quando será comemorada a Páscoa Ortodoxa, a comunidade árabe também vai fechar a portas das lojas e fazer uma passeata no centro da cidade contra a guerra e pedir o reconhecimento da Palestina como uma nação.

O sírio Ghassan Yossef, que veio para o Brasil em 1972, não escondeu a preocupação com os parentes que estão naquele país. “Comemoramos a libertação da França e, agora, os Estados Unidos querem invadir o nosso país”, comenta. Ele disse que os argumentos de que há terroristas e armas químicas no país são infundados.

O consul da República Árabe da Síria no Paraná e Santa Catarina, Abdo Dib Abbage, fez um alerta aos brasileiros. “Quando uma nação, assentada em um assombroso poderio bélico, olha para o mundo com indiferença, autoproclamando-se dona da verdade, todos nós, independentemente da nacionalidade, credo ou cultura, corremos sério perigo”, afirmou.

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