Servidores da Saúde do Estado fizeram ontem uma manifestação em frente ao Hospital do Trabalhador, em Curitiba, para protestar contra os descontos salariais impostos pelo governo. Eles vêm sofrendo cortes desde abril, quando cerca de mil funcionários foram descontados em dois dias de trabalho. Nos contracheques do mês passado, o problema se agravou: segundo os sindicalistas que representam a categoria, teve servidor descontado em até vinte dias. Eles prometem paralisar as atividades na manhã da próxima segunda-feira para um novo protesto, mas garantem que não haverá prejuízos aos usuários do hospital.

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O impasse entre servidores e governo acontece porque, apesar de serem regulamentados para cumprir jornada de 30 horas semanais há 18 anos, o governo estadual exige que os funcionários públicos trabalhem 40 horas, independente da categoria. Os descontos nos salários, entretanto, só passaram a ser aplicados a partir de abril.

No ato realizado ontem, eles distribuíram panfletos e explicaram aos usuários a situação. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Paraná (SindSaúde-PR), Graziela Basso, explica que a nova onda de mobilizações acontece por causa de descontos ainda maiores nos salários de maio. ?Dessa vez foram 545 servidores que receberam esses descontos, mas em um sistema de ?bingo?. Foram faltas de seis a vinte dias, inclusive de pessoas com a mesma função, do mesmo setor e que trabalharam todos os dias?.

A sindicalista garante que os cortes não se justificam pelas mobilizações do mês passado (cerca de vinte). ?Quem compareceu estava de folga ou no contraturno?.

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Na paralisação programada para segunda-feira, das 7h às 13h, pelo menos metade dos funcionários do hospital, que não são contratados pelo governo, devem trabalhar normalmente. ?O máximo que pode acontecer é alguns serviços ficarem mais lentos?, afirma. A Secretaria de Estado da Saúde foi contatada, mas não se manifestou sobre o assunto.